Com a crescente interdependência entre países, é fundamental entender como essas mudanças podem influenciar importações, exportações e estratégias das empresas alimentícias do Brasil. Aqui estão os cinco principais temas que moldarão o cenário norte-americano e que podem trazer aprendizados e alertas para o mercado brasileiro.
Donald Trump fala com repórteres enquanto está em uma janela de drive-thru durante uma parada de campanha em um McDonald's em Feasterville-Trevose em 20 de outubro de 2024. Crédito: Jabin Botsford/The Washington Post via Getty Images
Donald Trump fala com repórteres enquanto está em uma janela de drive-thru durante uma parada de campanha em um McDonald's em Feasterville-Trevose em 20 de outubro de 2024. Crédito: Jabin Botsford/The Washington Post via Getty Images

O ano de 2025 promete ser cheio de mudanças para a indústria alimentícia dos Estados Unidos. Questões como o retorno de Donald Trump à presidência, transformações nas práticas agrícolas e o avanço da inteligência artificial (IA) moldarão o futuro do setor. Embora pareça distante, essas tendências terão impacto direto em mercados globais, incluindo o brasileiro.

 

Trump será positivo para o agro dos EUA?

 

Com a crescente interdependência entre países, é fundamental entender como essas mudanças podem influenciar importações, exportações e estratégias das empresas alimentícias do Brasil. Aqui estão os cinco principais temas que moldarão o cenário norte-americano e que podem trazer aprendizados e alertas para o mercado brasileiro.

1. O fim da “era dos alimentos baratos”

Desde o pós-Segunda Guerra Mundial até a década de 2010, os alimentos nos EUA se tornaram acessíveis devido a inovações agrícolas, subsídios governamentais e fatores econômicos globais. No entanto, essa era acabou.

Fatores estruturais como mudanças climáticas, aumento dos custos de produção (energia, mão de obra, fertilizantes) e a demanda por alimentos mais saudáveis e sustentáveis elevaram os preços. Embora a inflação alimentar tenha desacelerado no final de 2024, os custos continuam altos, influenciando o mercado global.

 

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Para o Brasil, maior exportador de produtos agrícolas, isso significa oportunidades, mas também desafios. Produtos premium e sustentáveis podem ter maior demanda, mas custos elevados na produção e transporte podem limitar a competitividade. Além disso, a inflação nos EUA pode se traduzir em menor poder de compra dos consumidores americanos, reduzindo o apetite por importações de alto valor.

2. A guerra contra os alimentos ultraprocessados

Nos EUA, 2024 marcou o início de uma batalha contra os ultraprocessados. Com o apoio de figuras políticas como Robert F. Kennedy Jr., indicado para liderar o Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS), espera-se uma forte regulação sobre grandes empresas de alimentos, como Coca-Cola e Nestlé.

Kennedy promete implementar reformas para combater doenças crônicas relacionadas ao consumo de ultraprocessados. Essas ações podem gerar precedentes para outros países, incluindo o Brasil, onde o debate sobre ultraprocessados também está ganhando força. Empresas brasileiras devem se preparar para uma possível pressão por parte de consumidores e reguladores para oferecer opções mais saudáveis.

3. A ascensão da agricultura regenerativa

A agricultura regenerativa, que busca melhorar a saúde do solo e promover práticas sustentáveis, está ganhando força nos EUA e pode se tornar tendência global em 2025. Figuras como Kennedy defendem a substituição de práticas agrícolas convencionais por métodos regenerativos, enquanto estados como a Califórnia estão desenvolvendo definições legais para essa abordagem.

No Brasil, onde a sustentabilidade agrícola já é uma bandeira forte, essa tendência pode trazer novas demandas para exportadores. Produtos agrícolas que atendem aos critérios de sustentabilidade podem se tornar mais valiosos nos mercados internacionais, mas isso também exigirá investimentos em certificações e práticas inovadoras.

4. Fusões e aquisições aceleradas

A estabilização da inflação e das taxas de juros nos EUA deve impulsionar fusões e aquisições em 2025. Grandes players como Mars e Mondelez já estão ampliando suas carteiras de marcas, enquanto o capital de risco volta a investir em marcas emergentes de alimentos saudáveis.

Empresas brasileiras devem ficar atentas, especialmente aquelas interessadas em atrair investimentos estrangeiros ou expandir globalmente. A busca por marcas sustentáveis e inovadoras nos EUA pode abrir espaço para parcerias estratégicas com produtores brasileiros que já atuam nesse segmento.

5. O avanço da inteligência artificial no setor alimentício

A inteligência artificial promete revolucionar o setor de alimentos em 2025. Nos EUA, sua aplicação vai desde o desenvolvimento de produtos e gestão da cadeia de suprimentos até estratégias de marketing e vendas.

No Brasil, empresas do setor alimentício podem se beneficiar ao adotar IA para aumentar a eficiência operacional e criar produtos mais alinhados às preferências dos consumidores. Além disso, acompanhar os avanços tecnológicos nos EUA pode servir como inspiração para soluções locais que aumentem a competitividade global.

O que isso significa para o Brasil?

Os eventos nos EUA têm implicações diretas para o setor de alimentos brasileiro. Mudanças nos hábitos de consumo e regulamentações internacionais influenciam as exportações e exigem adaptação. Além disso, a busca por sustentabilidade e inovação abre novas oportunidades para o Brasil liderar em áreas como agricultura regenerativa e produção de alimentos saudáveis.

As empresas brasileiras precisam ficar atentas às tendências globais para identificar ameaças e aproveitar oportunidades. 2025 será um ano de grandes desafios, mas também de transformações que podem moldar o futuro do mercado alimentício no Brasil e no mundo.

 

 *Traduzido e adaptado para eDairyNews 🇧🇷

Em valores, a importação de produtos lácteos, pela média diária, caiu 17,1% no mês de dezembro na comparação com novembro, e 10,5% na comparação interanual,

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