O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), Geraldo Borges, afirmou que o agronegócio não é responsável pela degradação ambiental no Brasil.
Em entrevista ao programa CB.Agro, — uma parceria entre o Correio e a TV Brasília —, desta sexta-feira (29/11), Borges destacou que o desmatamento ilegal e outros crimes ambientais são promovidos por contraventores e não pelos produtores rurais, que seguem rigorosas legislações ambientais.
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“O desmatamento ilegal não é feito por produtores rurais, ele é realizado por contraventores, os mesmos que praticam garimpo ilegal, exploração ilegal de madeira e vendas irregulares de terras.
Esses são os verdadeiros responsáveis pelos crimes ambientais no Brasil”, declarou Borges aos jornalistas Roberto Fonseca e Marcelo Agner. Ele criticou a falta de fiscalização eficiente e cobrou ações mais rigorosas dos governos federal e estaduais. “Não dá mais para ouvir um governo dizer que diminuiu, outro dizer que aumentou.”
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Borges também apontou falhas na comunicação do agronegócio com a sociedade. Para ele, o setor consegue dialogar bem dentro de seus próprios círculos, mas tem dificuldades em transmitir à população geral e ao público internacional a responsabilidade ambiental e social com que opera.
“Há muitas notícias falsas que prejudicam a imagem do agro, enquanto os produtores seguem o Código Florestal Brasileiro, uma das legislações mais rigorosas do mundo”, ressaltou.
O Código Florestal estabelece limites para desmatamento dentro de propriedades rurais. Enquanto em regiões amazônicas é permitido desmatar até 20% da área, no Centro-Oeste e Sudeste esse índice pode chegar a 80%.
Mesmo assim, Borges enfatizou que o Brasil é um dos países com maior índice de preservação ambiental no mundo. “Temos um país extremamente preservado.”
Borges defendeu que o setor está comprometido com práticas sustentáveis e que as críticas injustas só reforçam a necessidade de melhorar a comunicação do agro com o público global. “Os produtores rurais brasileiros trabalham dentro da lei, mas a imagem do setor acaba manchada por ações de criminosos.
Precisamos mudar essa narrativa e mostrar ao mundo que o Brasil produz de forma sustentável, com responsabilidade ambiental e social”, diz Geraldo Borges, que defendeu um boicote ao grupo Carrefour por conta das declarações do CEO da empresa na França.