ESPMEXENGBRAIND
4 jul 2025
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Índice de preços da cesta de derivados lácteos recuou 2,18% em relação a maio, com retração em todos os produtos monitorados.
leite Saputo lácteos

A cesta de derivados lácteos comercializados no atacado goiano registrou nova retração em junho de 2025, consolidando a tendência negativa que o setor enfrenta desde o início do segundo trimestre.

Conforme dados do Instituto Mauro Borges (IMB), com base em levantamento do MilkPoint Mercado, o índice geral da cesta caiu 2,18% em relação a maio, resultado da queda de preços em todos os itens acompanhados.

Os derivados que compõem a cesta — leite UHT integral, leite em pó integral, queijo muçarela, leite condensado e creme de leite a granel — apresentaram variações negativas, com destaque para o creme, que sofreu a maior desvalorização mensal: -8,34%.

Confira o desempenho dos produtos:

  • Creme a granel: caiu de R$ 3,76/kg para R$ 3,45/kg, queda de 8,34%.
  • Queijo muçarela: de R$ 31,10/kg para R$ 30,27/kg, queda de 2,66%.
  • Leite UHT integral: passou de R$ 4,39/litro para R$ 4,32/litro, com queda de 1,73%.
  • Leite em pó integral: recuou de R$ 29,85/kg para R$ 29,53/kg (-1,10%).
  • Leite condensado: com dados defasados, variou de R$ 12,44/kg (abril) para R$ 12,36/kg (maio), uma leve retração de 0,67%.

Peso e impacto na cesta

Cada produto tem peso específico na composição do índice: muçarela (37%), leite em pó (23%), leite UHT (20%), leite condensado (14%) e creme (6%). Com base nisso, a retração de 2,18% no índice representa uma pressão contínua sobre a rentabilidade da indústria e do comércio atacadista lácteo local.

Acumulado dos últimos 12 meses

A análise dos últimos 12 meses mostra um comportamento volátil, com períodos de recuperação pontual seguidos por quedas sucessivas. Em junho de 2024, a variação mensal foi positiva em 12,49%. Desde então, o setor enfrentou oscilações e, em junho de 2025, volta a registrar um resultado negativo expressivo.

Apesar de algumas altas isoladas ao longo do segundo semestre de 2024 e início de 2025, como os picos de dezembro (+2,16%) e fevereiro (+1,63%), o acumulado mais recente demonstra fragilidade no equilíbrio entre oferta e demanda.

O que pode estar por trás da retração?

A continuidade da queda pode estar relacionada a diversos fatores:

  • Demanda doméstica enfraquecida: o consumo interno de lácteos tem demonstrado perda de fôlego, impactado por inflação, renda comprimida e mudanças nos hábitos alimentares.
  • Oferta elevada: em algumas regiões, o aumento da produção tem pressionado os preços, especialmente no caso do leite cru, o que reverbera sobre os derivados.
  • Competição no atacado: margens apertadas têm levado empresas a ajustar preços para manter participação de mercado.

Perspectivas

Com o inverno no Centro-Oeste brasileiro, tradicionalmente associado à redução na produção de leite, espera-se algum alívio na oferta. No entanto, sem uma recuperação consistente da demanda, o setor lácteo goiano pode continuar enfrentando desafios nos próximos meses.

A expectativa agora gira em torno das estratégias que a indústria e os canais de distribuição adotarão para mitigar os efeitos dessa tendência de baixa — seja por meio de ajustes logísticos, diversificação de produtos ou campanhas de estímulo ao consumo.

 

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