O menor poder de compra do brasileiro e os elevados patamares de preços dos lácteos vêm desestimulando o consumo desde agosto e sustentando a desvalorização dos derivados. Ademais, o aumento das importações e a recuperação da produção nacional têm elevado o volume ofertado, possibilitando crescimento de estoques frente à demanda desaquecida e reforçando o movimento de queda nas cotações.
Pesquisa do Cepea realizada com o apoio da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) indica desvalorizações expressivas para os derivados lácteos comercializados entre indústrias e canais de distribuição no estado de São Paulo. Em setembro, os preços médios do leite longa vida (UHT), da muçarela e do leite em pó (400g) foram, respectivamente, de R$ 4,44/litro, de R$ 32,20/kg e de R$ 31,43/kg – reduções de 18,9%, 17,7% e 12,8% em relação aos de agosto, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro/22).
Considerando-se a pesquisa quinzenal do Cepea que monitora os preços de derivados em outros estados, observa-se o mesmo cenário. Na “Média Brasil”, os preços do leite pasteurizado e do queijo prato registraram quedas, com as médias de R$ 4,72/litro e R$ 36,58/kg, em setembro. A única exceção foi a manteiga (200g), que se manteve praticamente estável, sendo negociada à média de R$ 39,88/kg.
Outubro – A pesquisa diária do Cepea mostra que o movimento baixista do UHT e da muçarela persistiu durante a primeira quinzena de outubro, porém, com menor intensidade. Na parcial deste mês, as cotações médias do UHT e do queijo muçarela em São Paulo registraram recuos de 1,8% e de 2,53%, respectivamente, em relação às de setembro, passando para R$ 4,36/litro e R$ 31,39/kg. Para o leite em pó (400g), a média da parcial deste mês está em R$ 30,15/kg, queda de 4,08% em relação à de setembro.