Dentre os responsáveis por essa evolução, pode-se destacar o trabalho realizado pelas granjas leiteiras que, apesar da diferença de níveis tecnológicos entre as diversas unidades produtoras, é mais do que correto afirmar que o leite pode e deve continuar sendo uma das principais fontes de trabalho e renda para o agro nacional. E mais: à medida que forem eliminados gargalos relacionados à infraestrutura básica, a atividade terá um protagonismo ainda maior no desenvolvimento do País.
São essas famílias que trabalham 365 dias por ano, que mantém o setor ainda ativo e pujante, os desafios são muitos, mas, como tudo na vida, sempre existe o lado bom. E, para compreender o motivo das famílias continuarem trabalhando com o tambo de leite, a equipe do Visão Regional, entrevistou Rafael Schemmer e família do município de Quinze de Novembro.
Rafael Eduardo Schemmer, é um jovem de 24 anos, irmão de Andréia Cristina Schemmer Reuter e Everton Cristiano Schemmer, e filho do casal Heinbert Schemmer e Marizaura Marx Schemmer, residindo na localidade de Picada Café, o garoto não pretende sair do campo, pois, é neste local que ele se sente bem, e devido aos ensinamentos repassados pelos seus pais, o jovem ajuda a na propriedade, seja na lavoura ou no tambo do leite.
“Meus pais trabalham com o gado leiteiro há mais de trinta anos, é uma vida dedicada aos animais e a nossa propriedade, algo que exige muito trabalho e, é realizado 365 dias por ano, sendo eles assim, um exemplo a ser seguido”.
Atualmente com 35 vacas em lactação e 63 no total a média diária é de 25 litros por vaca e, a família realiza duas ordenhas por dia, como explica Rafael:
“O dia a dia na propriedade não e sofrido, nós realizamos duas ordenhas, uma na parte da manhã e outra à tarde, mas, sou ciente que se comparamos nosso serviço de hoje com os de antigamente, quando meus pais iniciaram na lida com as vacas de leite, percebemos que outrora era bem mais sofrido do que hoje em dia. Conforme o tempo foi passando as coisas foram melhorando, várias mudanças positivas chegaram para facilitar o serviço, um exemplo é a forma de se ordenhar o rebanho, antigamente o leite era tirada a mão, e hoje, nossa propriedade utiliza as ordenhadeiras que facilitou e muito os serviços”.
Com os animais soltos a campo, a família investe sempre que possível na propriedade, que além do tambo de leite, também trabalha com lavouras, mas, segundo Rafael, mesmo com serviços diários, o prazer de ver a propriedade prosperar é o que motiva a família continuar nesses ramos:
“Não nego que seja cansativo as vezes, pois quando chega a época de plantar, depois a da colheita, aí o dia a dia fica mais corrido, mas, posso dizer que, a força que nos move diariamente, é acordar cedo e ver o progresso dentro da propriedade”.
Atualmente os produtores de leite vem sofrendo com a desvalorização do produto e o aumento dos custos em se criar um animal e manter uma propriedade rentável, mas para a família Schemmer, mesmo com as dificuldades impostas, a pretensão é continuar nesse ramo:
“As dificuldades não são poucas realmente, mas, digamos que o nosso dia a dia ocorrem coisas gratificantes, que nos dão força para se manter o tambo de leite, mesmo que, com o preço que eles pagam para o litro de leite ao produtor seja um grande problema, pois as vezes não dá nem para arcar com os custos da propriedade, porém, sempre pensamos que um dia a gente passará a ser mais valorizado nessa profissão que as vezes é tão sofrida, mas, que é através dela que leva um alimento tão precioso para as casas de muitas famílias”. Finaliza o jovem.