Pesquisadores da Universidade de Nova Gales do Sul (UNSW), na Austrália, desenvolveram um método inovador para verificar se o leite está estragado sem precisar abrir a embalagem.
A tecnologia utiliza o motor de vibração e sensores inerciais dos smartphones para analisar a composição do líquido e identificar sinais de deterioração.
Atualmente, as pessoas verificam a qualidade do leite com base na data de validade ou no cheiro e gosto do produto.
No entanto, esses métodos podem ser imprecisos. O VibMilk, nome dado ao sistema desenvolvido pelos cientistas, permite testar o frescor do leite de forma não invasiva, sem expor o produto a contaminação externa.
Como funciona o VibMilk
O VibMilk usa o motor de vibração e a unidade de medição inercial (IMU) do smartphone para avaliar mudanças físicas no leite. Quando o leite estraga, ocorrem alterações em sua densidade, viscosidade e tensão superficial. O sistema capta essas variações e processa os dados com algoritmos de aprendizado de máquina.
Vantagens do método
Diferente de outros sistemas de detecção de leite estragado, o VibMilk se destaca por ser acessível e compatível com embalagens comuns. Métodos anteriores exigiam equipamentos caros ou só funcionavam com recipientes transparentes. Com essa nova tecnologia, qualquer pessoa poderá verificar o estado do leite usando apenas um smartphone.
Além disso, as datas de validade nem sempre são um indicativo exato do frescor do leite. Fatores como armazenamento inadequado e variações de temperatura podem fazer com que o produto estrague antes da data estipulada.
O VibMilk pode ajudar a reduzir o desperdício de leite, que chega a 20% da produção total, ao permitir uma avaliação mais precisa do frescor antes do descarte.
Benefícios para o consumidor e para a indústria
A possibilidade de testar o leite antes do consumo traz mais segurança para os consumidores, reduzindo o risco de intoxicações alimentares. Além disso, o setor de laticínios pode se beneficiar ao otimizar a logística de distribuição e evitar perdas desnecessárias.
Segundo o professor Wen Hu, da UNSW, a tecnologia também pode ser útil para supermercados e varejistas, que poderão testar os produtos antes da venda. “Fazer isso evita que consumidores levem para casa leite já deteriorado e reduz prejuízos para os comerciantes”, explica.
Os pesquisadores agora investigam como diferentes tipos de embalagem podem influenciar os sinais de vibração do VibMilk. A ideia é aprimorar o sistema para garantir sua eficiência em uma variedade maior de recipientes.