No próximo dia 1º de junho é celebrado o Dia Mundial do Leite, data instituída pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) com o objetivo de reconhecer a importância desse alimento na nutrição humana e na economia global.
A data reflete que a cadeia produtiva do leite é vital para a economia brasileira, sendo o Brasil o terceiro maior produtor mundial, com uma produção anual de mais de 34 bilhões de litros em 98% dos municípios.
De acordo com dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), a pecuária leiteira é responsável por gerar emprego e renda para cerca de 4 milhões de brasileiros, abrangendo mais de 1 milhão de propriedades dedicadas à produção leiteira. A maior parte dessa produção provém de pequenas e médias propriedades, refletindo a importância do leite para a sustentabilidade econômica e social do país.
A produção leiteira no Nordeste vem mostrando um crescimento significativo nos últimos anos, impulsionado por avanços tecnológicos e melhorias na gestão das propriedades rurais.
A Região vem registrando crescimento na produtividade leiteira superior à média nacional. Em 2022, o Nordeste já superou o Centro-Oeste em volume de produção, alcançando a marca de 5,7 bilhões de litros, contra 3,8 bilhões do Centro-Oeste.
De acordo com dados da Embrapa Gado de Leite, o estado de Pernambuco, por exemplo, aumentou sua produção de 1,5 para 3,5 milhões de litros por dia, e Alagoas teve um aumento expressivo de 159% na produção em nove anos, passando de 700 mil para 1,8 milhão de litros por dia.
O Ceará também vem se destacando na região, com uma produção anual de cerca de 1 bilhão de litros, aproximadamente 3 milhões de litros diários, um volume comparável à região Centro Oriental do Paraná, uma das principais bacias leiteiras nacional. Esses avanços destacam o dinamismo e a inovação na produção de leite na Região.
Esses números refletem não apenas o potencial do Nordeste para a expansão da produção de leite, mas também a diversidade e a vitalidade do setor leiteiro brasileiro, que desempenha um papel crucial na segurança alimentar, na geração de empregos e no desenvolvimento econômico de diversas regiões do País.
A produção de leite no Nordeste não só tem crescido em volume, mas também em qualidade, com a adoção de práticas sustentáveis que melhoram a eficiência de produção e a lucratividade.
Tecnologias como a implementação de aditivos alimentares que reduzem a emissão de metano e sistemas de tratamento de dejetos têm contribuído para uma produção mais sustentável. A adoção de práticas agrícolas conservacionistas e regenerativas também tem mostrado resultados positivos, com aumento da qualidade do solo e da produção de forragem.
Desafios da Pecuária Leiteira Nacional
No Brasil, os produtores de leite enfrentam diversos desafios que impactam sua capacidade de produção e renda. Estes desafios incluem baixo volume de produção, alto investimento necessário para aumentar a escala, dificuldade em dominar tecnologias modernas, baixa escolaridade, falta de assistência técnica, escassez de mão-de-obra qualificada, requisitos de qualidade e impacto ambiental, fraca governança da cadeia produtiva e infraestrutura inadequada.
Para superar esses desafios, os produtores de leite estão buscando maximizar a eficiência em suas propriedades por meio da utilização de tecnologias avançadas e práticas de gestão sustentável.
Políticas públicas que promovam a agricultura familiar e a produção leiteira são fundamentais para estimular a pecuária leiteira em nível nacional, incentivando o crédito agrícola e investimentos em infraestrutura rural.
Além disso, práticas sustentáveis promovem melhorias na eficiência de produção, na fertilidade e na estrutura do solo, no aproveitamento de recursos hídricos, no bem-estar animal e das pessoas envolvidas com a atividade, resultando na lucratividade da atividade leiteira.
“Nós temos o forte compromisso de contribuir para o desenvolvimento e prosperidade das regiões onde atuamos. Trabalhamos em parceria com mais de 6,5 mil famílias de produtores e cooperativas, desenvolvemos programas contínuos e consistentes para contribuir para o desenvolvimento sustentável das regiões e melhorar a vida dos nossos parceiros, promovendo crescimento e fortalecendo toda a cadeia de lácteos.
Esses programas incluem gestão econômica, financeira e sustentável da propriedade, acesso a créditos e financiamentos para máquinas e equipamentos, e compra de insumos para reduzir os custos com ração, entre outros programas. Só no ano passado, investimos mais de R$ 38 milhões em programas voltados para os produtores”, afirma o CEO da Alvoar Lácteos, Bruno Girão.
Benefícios do consumo de leite
O leite é considerado um alimento completo para a dieta diária por conter uma grande variedade de nutrientes, incluindo cálcio, proteínas, gorduras essenciais, vitaminas e minerais. Segundo a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos, desenvolvida pela NEPA – UNICAMP, um copo de leite fornece magnésio, cálcio, fósforo, potássio, vitaminas A, B1 e B2, além de zinco, destacando-se como uma excelente fonte de nutrientes necessários ao organismo humano.
Além disso, o leite possui propriedades antioxidantes, graças a compostos como cisteína, vitaminas A e E, carotenoides, selênio e zinco, que ajudam a retardar o envelhecimento celular. Estudos indicam que as proteínas presentes no leite, como a leucina, são fundamentais para o ganho de massa muscular e a manutenção do sistema imunológico.
O mercado consumidor de leite e derivados no Brasil é diversificado, com crianças e adolescentes sendo os maiores consumidores de bebidas lácteas e leite fluido, de acordo com pesquisa realizada pela Embrapa Gado de Leite e pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).