Agroindústria de Bagé elabora produto apenas com adição de açúcar, sem conservantes e aproveitando características da raça leiteira.
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O produtor vendeu suas vacas leiteiras para um vizinho (do qual agora compra o leite) e decidiu investir na agroindústria e trabalhar apenas com o processamento do doce.

A agroindústria familiar é um ambiente muito propício à criatividade. Não há o que o agricultor ou pecuarista não consiga criar a partir de seus cultivos e criações de animais.

Neste cenário, elaborar um produto diferenciado é um grande desafio e uma caminhada de erros e acertos até chegar a um alimento que, ao experimentar, o consumidor não vai esquecer e, mais que isso, irá se fidelizar.

Foi pensando assim que Pedro Obino Neto e a esposa, Juliana Brunelli de Morais Obino, da Cabanha Santa Helena, em Bagé, criaram um doce de leite com características singulares.

 

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Produtor de doce de leite com leite Jersey | Foto: Pedro Obino/Arquivo Pessoal

A família, até três anos atrás, criava vacas Jersey; produzia cerca de 1 mil litros de leite por dia, que entregava à indústria.

Uma parte da produção era destinada para testar a fabricação de doce de leite e rapadura, aproveitando as qualidades do leite Jersey (com mais gorduras do que o Holandês), e os ensinamentos de um amigo uruguaio especialista na iguaria.

Com dificuldades de tocar o rebanho Jersey e a criação de gado bovino Braford – Obino se orgulha de ser o proprietário de um dos dois animais brasileiros a terem conquistado o título de campeão mundial da raça –, o produtor vendeu suas vacas leiteiras para um vizinho (do qual agora compra o leite) e decidiu investir na agroindústria e trabalhar apenas com o processamento do doce.

O doce de leite Santa Helena é fabricado sem conservantes, com uma consistência mais suave que a maioria dos doces de leite conhecidos.

Pelo nível de gordura do leite das vacas Jersey (5,4%, contra 3,85% da Holandesa, conforme o site Milkpoint), um dos segredos da receita é a menor adição de açúcar e a ausência de ingredientes adicionais, como por exemplo o glúten.

São necessários 10 litros de leite para fabricar quatro quilos de doce, cuja validade é de 90 dias. “Por essa razão, pela validade curta, nós produzimos o doce de leite por demanda, numa média de 4 a 5 mil vidros por mês”, afirma Obino.

Para garantir a pureza do produto, os vidros do doce são selados à vácuo, com temperatura de 70°C. O preço do vidro de 315 gramas varia entre R$ 26 e R$ 27 e, por enquanto, está sendo distribuído em restaurantes e lojas da região. “Mas nosso projeto e buscar parcerias para colocar o produto à venda em Porto Alegre e ampliar a experiência a mais consumidores”, completa o produtor.

 

 

 

 

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A partir de segunda-feira, 18 de novembro, agricultores se mobilizam contra o acordo de livre-comércio entre a Europa e cinco países da América Latina, rejeitado pela França. François-Xavier Huard, CEO da Federação Nacional da Indústria de Laticínios (FNIL), explica a Capital as razões pelas quais o projeto enfrenta obstáculos.

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