Proprietários precisam aumentar preço com a alta no valor dos produtos considerados essenciais

Proprietários precisam aumentar preço com a alta no valor dos produtos considerados essenciais
28 outubro 2020 – 14h30Hanelise Brito

A crise está afetando todo o mercado – (Foto: Tânia Rego/ABrasil)

A alta no preço de produtos de pizzarias tem trazido preocupação aos empresários de Campo Grande, que por um lado não querem aumentar o valor da pizza para não perder a clientela, mas ao mesmo tempo precisam reajustar seus cardápios para não fecharem as portas neste momento de crise.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) aponta que no mês de outubro o preço do leite aumentou 4,26%. Com o leite mais caro os empresários sentem a diferença no valor médio do quilo do queijo.

Drayton Lima é proprietário de uma pizzaria da Capital e comenta que foi atingido por esse aumento. “A muçarela é o principal ingrediente da pizza e o valor dela dobrou. Com todo esse aumento o meu rodízio que era vendido a R$ 25 passou para R$ 35”, afirma.

De acordo com o vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios de Mato Grosso do Sul, Paulo Fernando Pereira, a alta no preço do leite está relacionada ao período de entressafra e a influência da pandemia no mercado. “O segundo e o terceiro trimestre apresentam quedas todos os anos. Este ano a entressafra foi muito forte, além disso, no início da pandemia o preço do leite caiu muito, muitas indústrias mandaram comunicados aos produtores pedindo para desacelerar a produção. Logo após, veio o auxílio emergencial, a economia aqueceu e faltou produto. Com isso o preço subiu e estamos trabalhando desta forma até agora”, explica.

Conforme os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistícas (IBGE) divulgado neste neste mês e já noticiado pelo portal A Crítica, o efetivo de vacas ordenhadas no estado em 2019 foi de cerca de 158,4 mil animais, 8% menor do que o do ano anterior. Os números vêm apresentando queda desde 2013 e isso tem influenciado diretamente na produção de leite.

Em 2019, foram produzidos no estado 282,75 milhões de litros de leite, 8,6% a menos do que no ano anterior (309,2 milhões). O município de Itaquiraí, a 340 km de Campo Grande, manteve a posição de maior produtor de leite de Mato Grosso do Sul com 20,86 milhões de litros, queda de 6,7% em relação a 2018 (22,36 milhões). Minas Gerais continuou sendo o maior produtor do País, com 9,44 bilhões de litros ou 27,1% da produção nacional.

A situação já havia sido noticiada no ano passado, quando o Sindicato das Indústrias de Laticínios de Mato Grosso do Sul (Silemes), entregou que houve a diminuição de 47% na comparação com os últimos cinco anos.

A empresária Sara Rodrigues comenta que também tem sentido alta nos preços dos derivados de suínos. “Houve aumento na linguiça calabresa, no lombo e no bacon. No final do ano passado eu conseguia comprar a calabresa por R$ 27,90, hoje eu não consigo por menos de R$ 45,90”, afirma.

“Com tudo isso, a minha lucratividade diminuiu, e eu tive que reajustar o preço das pizzas, isso gerou muita reclamação da parte dos clientes. Para me manter no mercado, foi necessário dispensar alguns funcionários e diminuir a escala de outros”, acrescenta.

Segundo o vice-presidente da Faesc, Enori Barbieri, o aumento nos derivados do suíno é reflexo do encarecimento dos insumos. “A carne suína é fruto do milho e da soja, o preço destes insumos aumentou devido à alta exportação, com isso o custo de produção ficou alto e o preço que chega ao consumidor fica mais caro,” relata.

“Para se sobressair nessa situação, o empresário vai ter que reinventar o seu cardápio e promover mudanças, não há como não repassar a alta dos preços para o cliente”, finaliza.

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Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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