A partir de 2021, o serviço estará à disposição de pequenos produtores de três regiões atendidas pelo programa AgroNordeste.
A partir de 2021, o serviço estará à disposição de pequenos produtores de três regiões atendidas pelo programa AgroNordeste – Médio Canindé (PI), Cariri Paraibano e Sertão dos Inhamuns (CE) – em uma parceria da Embrapa, Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e instituições de ensino, pesquisa e extensão nessas regiões, como a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), IFCE – campus Tauá, IFPI – campus Paulistana e Senar, capacitando jovens egressos dessas instituições para que possam operar o serviço.
Os técnicos e produtores contemplados pelo programa terão acesso a essas informações por meio de boletins de orientação nutricional, disponibilizados mensalmente, com recomendações de rações de menor custo a partir das necessidades dos animais.
“Técnicos e produtores irão receber informações com orientação sobre o uso mais racional dos alimentos concentrados, aumentando a eficiência e reduzindo os custos”, comenta Marco Bomfim, pesquisador da área de Nutrição Animal e chefe-geral da Embrapa Caprinos e Ovinos.
Com a tecnologia, a expectativa é dar respostas mais precisas sobre necessidades nutricionais: a alimentação é o item de maior custo na produção animal, especialmente crítica para rebanhos no Semiárido, onde as condições de clima limitam a disponibilidade de alimentos no pasto para os animais. Com isso, o uso de rações concentradas se torna comum, levando a dependência de insumos externos e aumento dos custos.
Marco Bomfim destaca que, no atual momento, a pressão sobre o custo de produção tem se tornado cada vez maior, dado o aumento da exportação e o câmbio, que tem onerado o preço do milho e do farelo de soja, principais alimentos das rações, mesmo no Semiárido.
“Nos últimos 12 meses, houve um aumento de 23% no custo da alimentação, sendo que, somente neste ano, esse aumento foi de 18%, sem perspectivas de mudança nesse cenário. Portanto, mais que nunca, lançar mão de alternativas para baratear o custo de alimentação é fundamental”, frisa o pesquisador.
Vantagens da tecnologia
Ao usar tecnologia de infravermelho, o AssessoNutri garante análises mais rápidas e de menor custo que as realizadas com outras metodologias. A análise do Serviço leva certa de 48 horas para ser concluída, com custo de R$ 5,00, enquanto uma análise convencional leva pelo menos 10 dias, com custo de pelo menos R$ 100,00.
O infravermelho também permite que se conheça, com maior precisão, a composição de dietas dos animais e a qualidade nutricional de pastagens e outras fontes alimentares, suprindo uma carência de informação no campo
“A maior parte das recomendações dos especialistas para reduzir o custo da alimentação envolve o conhecimento da qualidade do alimento e da necessidade dos animais para orientar seu uso correto, o que não tem sido feito, tanto pela falta de laboratórios, quanto pelo custo e tempo exigido para análise. Ou seja, na prática essas recomendações não têm sido efetivadas”, afirma Marco Bomfim
Outra vantagem é que a tecnologia tem características ambientalmente corretas, pois a análise das amostras não utiliza produtos químicos. Outras análises comuns em Nutrição Animal, como a de proteínas, geram resíduos poluentes e exigem descarte apropriado, o que não é o caso do NIRS.
Projeto AgroNordeste AgroIndústria
O projeto AgroNordeste é uma ação integrada da Embrapa e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com financiamento do Ministério, do Projeto Dom Hélder Câmara e do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).
Nos próximos dois anos, o projeto atuará em polos produtivos do Semiárido brasileiro, com meta de fazer a promoção da inovação por meio da disseminação de conhecimentos, capacitando, de forma direta, 550 técnicos e produtores multiplicadores, além da montagem de 20 unidades de referência tecnológica.