Gadolando envia documento para autoridades pedindo medidas emergenciais ao setor leiteiro gaúcho que já vinha enfrentando dificuldades e agora sofre enormes perdas.
Gaúcho. Dentre os sintomas da leptospirose em humanos estão dores musculares, na panturrilha, olhos avermelhados e febre alta — Foto: Divulgação/Emater
A reconstrução do setor leiteiro gaúcho após as enchentes que atingiram o Estado passa pela necessidade de medidas governamentais que ajudem o produtor, que já vinha  de uma situação difícil, a se reerguer e permanecer na atividade.

A Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando) enviou documento para as Secretarias da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), da Fazenda e do Desenvolvimento Rural com a solicitação de ações direcionadas ao setor.

 

Enchentes no Rio Grande do Sul agravam situação do produtor de leite gaúcho

 

A entidade também repassou o texto aos presidentes de Sindicatos Rurais e para a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag), cujos representantes estão em Brasília (DF) em busca também de soluções para o setor.

De acordo com a Gadolando, os produtores de leite precisam de forma emergencial de recursos a juros muito baixos e com prazos estendidos. “É importante que se entenda que não basta dar comida hoje e amanhã aos animais, existe uma longa jornada pela frente para este setor que já vinha sofrendo”, alerta o presidente da entidade, Marcos Tang.

Segundo ele, nas regiões dos Vales e da Serra chegaram muitas doações de alimentos para as vacas vindas de produtores de diferentes estados, “mas vão acabar”. “A produção própria levará  meses e por isso serão necessários recursos para comprar o alimento que terá que vir de fora e encarecerá ainda mais devido ao frete”, enfatiza o dirigente.

Marcos Tang também ressalta o custo elevado para a reconstrução das instalações destruídas pelas águas nas propriedades leiteiras. Informa que na parte dos equipamentos em geral, desde a ordenhadeira, tanques, bombas, trator, geradores e muitos outros utensílios fundamentais, alguns poderão ser consertados mas outros terão que ser comprados.

O presidente da Gadolando também lembra da necessidade de ressemear os pastos. “A maioria já havia gasto altos valores com a semeadura das pastagens de inverno. Tudo foi lavado. As sementes de azevém, aveia, etc, estão em um preço de difícil acesso para os produtores de leite”, pontua.

A recuperação do solo é outro fator abordado por Tang no documento. Coloca que as chuvas e correntes de água foram tão intensas que lavaram o solo fértil, portanto, a necessidade da recuperação. “E, novamente, são altos valores a serem investidos.

Caso não se recuper o solo, as próximas safras já estarão comprometidas”, desabafa, lembrando, ainda, a demanda de manter o plantel, a sanidade, o bem-estar, a reprodução e a criação de terneiras. Enfatiza também que muitos produtores perderam animais. “Tudo na propriedade leiteira é de médio a longo prazo. A terneira que nasce hoje, será  a nossa vaca daqui a dois anos. Este ciclo está ameaçado em muitas propriedades”, ressalta.

Outro ponto levantado pela Gadolando é o custeio agrícola. Conforme Tang, praticamente todos os produtores foram afetados, em diferentes graus de severidade, e precisam ter anistia, abatimento ou prorrogação. “Eles têm que começar a pagar este custeio e não possuem  a mínima condição de efetuar estes pagamentos”, destaca.

O presidente da Gadolando afirma que o setor leiteiro é o que mais mantém as pessoas na área rural, com um trabalho de 365 dias ao ano e, no mínimo, duas ordenhas diárias. “O setor vem sofrendo há muito tempo com o clima que dificulta a produção de alimento, além do custo de produção elevado, concorrência desleal com o produto importado e trabalhando sem margem de lucro.

Agora, com esta tragédia, ou socorrem o setor ou a desistência será enorme e teremos uma conta conjunta socioeconômica caríssima a ser paga por toda a sociedade”, alerta Marcos Tang, pedindo para que salvem os produtores de leite.

 

 

whatsappx

Consumidores brasileiros têm se surpreendido com a alteração do nome do queijo nas embalagens. Essa mudança foi definida em um acordo entre União Europeia e Mercosul.

Você pode estar interessado em

Notas
Relacionadas

Mais Lidos

Destaques

Súmate a

Siga-nos

ASSINE NOSSO NEWSLETTER