Um grupo de agricultores de Navarra se organizou em frente a um supermercado em Pamplona para protestar contra os baixos preços do leite, que mal subiram um centavo em 20 anos, enquanto os custos de produção se multiplicam.

“Os custos de produção se multiplicam, ração, energia elétrica, combustível, e o preço do leite e seus derivados, mas principalmente do leite, quase não sobe”, diz um agricultor que prefere não dizer o nome.

Os custos sobem, o leite não

Em duas décadas, o preço do litro de leite mal subiu 1,5 centavos. O feed, por exemplo, está 42% mais caro do que depois do último aumento devido à guerra na Ucrânia. “Os supermercados usam o leite reivindicado e baixam os preços, condenando muitas famílias à pobreza”, diz o mesmo pecuarista.

“Os hipermercados e supermercados sabem que pelo preço que vendem o leite, principalmente as marcas brancas, não há futuro, não há vida, não há presente. Há pessoas que pedem dinheiro aos bancos para alimentar os animais”, diz o porta-voz dos agricultores concentrados em Pamplona. “Eles têm que aumentar os preços do leite e seus derivados, mas agora“, diz.

De 1.600 fazendas para 135 em 30 anos

Quase 400 fazendas de gado leiteiro fecharam em Navarra neste século. Se voltarmos dez anos, é ainda mais dramático. Em 1992 na comunidade foral havia cerca de 1.600 fazendas de gado leiteiro. Hoje, 30 anos depois, restam apenas 135.

Restam poucos e dizem que estão em perigo. Foi assim que explicaram aos consumidores a quem deram um litro de leite. “Se continuarmos assim vamos afundar”, explicou um. “É que o leite é desperdiçado”, reclamou uma senhora ao sair do supermercado.

Os agricultores pedem aos consumidores que comprem leite daqui e fujam das marcas. “São os que menos ajudam os produtores”, diz um pecuarista. “Se uma caixa de leite está muito barata, é porque não é daqui e não é de qualidade”, diz outro.

Os protestantes pedem aos governos que proíbam os distribuidores de vender abaixo do preço de produção e convoquem reuniões de trabalho onde as grandes cadeias de distribuição e os agricultores se sentam para acordar as regras do jogo. “Só geramos riqueza para todos nós que compomos a cadeia alimentar quando vendemos os produtos pelo preço que valem”, explica um pecuarista.

Consumidores brasileiros têm se surpreendido com a alteração do nome do queijo nas embalagens. Essa mudança foi definida em um acordo entre União Europeia e Mercosul.

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