ESPMEXENGBRAIND
26 dez 2025
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🌡️ Com noites mais quentes, o estresse térmico reduz a produção de leite e exige investimentos extras em conforto animal.
💧 Altas temperaturas intensificam o estresse térmico e desafiam a sustentabilidade da produção leiteira regional.
💧 Altas temperaturas intensificam o estresse térmico e desafiam a sustentabilidade da produção leiteira regional.

O estresse térmico tem se consolidado como um dos principais fatores de perda de produtividade na pecuária leiteira do Triângulo Mineiro, em um cenário marcado por ondas de calor mais frequentes, temperaturas máximas elevadas e noites com menor amplitude térmica.

Produtores da região relatam queda consistente no volume diário de leite, ao mesmo tempo em que enfrentam aumento nos custos operacionais para manter o bem-estar do rebanho.

Técnicos que acompanham propriedades leiteiras no oeste de Minas Gerais explicam que o estresse térmico compromete diretamente o consumo de matéria seca, reduz a eficiência metabólica das vacas e afeta indicadores-chave como fertilidade, imunidade e qualidade do leite. Em sistemas mais intensivos, onde a densidade animal é maior, os efeitos tendem a ser ainda mais severos quando o calor se prolonga por vários dias consecutivos.

De acordo com especialistas em ambiência animal, vacas leiteiras começam a sofrer perdas produtivas relevantes quando a combinação de temperatura e umidade ultrapassa os limites de conforto térmico. Nessas condições, os animais reduzem a ingestão de alimento como mecanismo de defesa fisiológica, o que se reflete quase imediatamente na produção de leite. O impacto não se restringe ao curto prazo: a persistência do estresse térmico pode comprometer ciclos reprodutivos e prolongar períodos de baixa produtividade.

Produtores do Triângulo Mineiro apontam que a queda no volume de leite é mais acentuada em propriedades que ainda não dispõem de sistemas adequados de resfriamento. Em fazendas com menor nível de tecnificação, perdas diárias se acumulam ao longo das semanas mais quentes, afetando diretamente o fluxo de caixa e a previsibilidade da renda. Já em unidades mais estruturadas, embora a produção também seja impactada, os efeitos tendem a ser mitigados por investimentos prévios em ambiência.

Para reduzir os danos do estresse térmico, muitos produtores passaram a adotar medidas emergenciais, como ventiladores, aspersores de água, resfriamento evaporativo e ampliação de áreas sombreadas. Ajustes no manejo alimentar, com oferta de dietas mais concentradas e fornecimento em horários mais amenos do dia, também se tornaram práticas recorrentes. No entanto, todas essas estratégias implicam aumento do custo de produção, especialmente em um contexto de margens já pressionadas.

Outro ponto crítico destacado por técnicos é a gestão da água. Em períodos de calor intenso, a demanda por água limpa e fresca cresce de forma significativa, exigindo infraestrutura adequada de reservatórios, bebedouros e sistemas de abastecimento. A falta de planejamento hídrico pode agravar ainda mais os efeitos do estresse térmico, ampliando perdas produtivas e riscos sanitários.

Pequenos e médios produtores são os mais vulneráveis nesse cenário. Sem escala ou acesso facilitado a crédito, muitos enfrentam dificuldades para investir em soluções estruturais de conforto térmico. Especialistas do setor alertam que, sem apoio técnico e políticas de incentivo, a tendência é de aprofundamento da desigualdade produtiva entre propriedades mais e menos capitalizadas.

Do ponto de vista estrutural, o estresse térmico deixa de ser um evento pontual e passa a ser tratado como um desafio permanente da pecuária leiteira brasileira. Projeções climáticas indicam que episódios de calor extremo tendem a se tornar mais frequentes e intensos, exigindo planejamento de longo prazo por parte dos produtores e da cadeia como um todo.

Apesar dos desafios, a pecuária leiteira do Triângulo Mineiro segue buscando alternativas para manter sua competitividade. A região, que é estratégica para a produção de leite em Minas Gerais, aposta na combinação entre manejo, tecnologia e capacitação técnica para enfrentar um ambiente climático cada vez mais adverso. O enfrentamento do estresse térmico, segundo especialistas, será determinante para a sustentabilidade econômica e produtiva do setor nos próximos anos.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de Regionalzão Notícias

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