Um grupo de estudantes do Colégio Marista Pio XII, de Surubim/PE, desenvolveu um protótipo para medir por ultrassom o nível da água em reservatórios de salas de ordenha.

Um grupo de estudantes do Colégio Marista Pio XII, de Surubim/PE, desenvolveu um protótipo para medir por ultrassom o nível da água em reservatórios de salas de ordenha. Estimuladas pelo professor de robótica Daniel Gonçalves de Andrade, seis meninas, entre 14 a 16 anos de idade, criaram o protótipo com base em pesquisas de manejo da água na produção de leite desenvolvidas pela Embrapa Pecuária Sudeste, de São Carlos. A ideia é que com a tecnologia o produtor poderá manejar melhor a água na propriedade.

O sistema já rendeu às alunas segundo lugar na classificação geral em um concurso de Robótica envolvendo todos os estados do Nordeste no mês de outubro. No último final de semana, dias 7 e 8, o grupo concorreu no Torneio Brasil de Robótica em Guarulhos.

O pesquisador Julio Palhares, responsável pelos estudos sobre uso da água na produção animal da Embrapa Pecuária Sudeste, acompanhou de perto a etapa nacional. Além disso, quando procurado pelo professor Daniel, passou a orientar e tirar dúvidas das estudantes sobre manejo hídrico na agropecuária em um esforço de aprimorar os conhecimentos do grupo para a participação no torneio brasileiro.

De acordo com a aluna Amanda Silva de Oliveira, a aproximação com o pesquisador da Embrapa contribuiu para o avanço do projeto. “A gente tinha criado uma ideia, uma solução, mas mesmo assim ele estava com pouca informação. Com a videoconferência, nós recebemos várias informações, coisas que não tínhamos nenhum conhecimento (…) e que ajudaram a melhorar nosso projeto”, explicou.

O contato entre o cientista e as estudantes proporcionou não só o enriquecimento do protótipo, mas aproximou a ciência de um público jovem, que percebeu que a pesquisa pode fazer parte do seu mundo, do dia a dia. “Na história da humanidade nunca dispomos, como agora, de tantos meios a ferramentas para popularizar o conhecimento gerado por instituições de pesquisa. Isso aumenta nossa responsabilidade de não sermos meros “fazedores de ciência”, mas também comunicadores de ciência, pois há jovens no interior de Pernambuco e por todo este país ávidos por conhecimento e prontos para dar novos rumos ao mundo”, comentou Palhares.

Ele não esconde sua emoção ao constatar que a pesquisa sensibilizou jovens a desenvolverem algo inovador e necessário para o produtor rural.  “Quando adolescentes têm a iniciativa de transformar o conhecimento técnico-científico em algo que venha ajudar a sociedade e têm como referência o seu trabalho como pesquisador, isso tem um valor não mensurável pela ciência. É gratificante!”, destacou.

A ideia, de acordo com Palhares, é contribuir para o aprimoramento do protótipo e, a partir dele, medir o consumo hídrico das salas de ordenhas e, com isso, melhorar a eficiência do uso da água na produção agropecuária.

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