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2 nov 2025
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🇨🇱 Iniciativa inédita busca entender como o leite A2 ajuda adultos a manter o consumo de lácteos sem mal-estar intestinal.
🔍 Estudo inédito chileno analisa o impacto da beta-caseína A2. LEITE.
🔍 Estudo inédito chileno analisa o impacto da beta-caseína A2.

O leite com beta-caseína A2 pode representar um novo caminho para quem sente desconforto ao consumir leite tradicional.

Um estudo inédito no Chile, liderado pela nutricionista Lissette Duarte, busca entender se essa variante da proteína do leite reduz sintomas digestivos em pessoas que não melhoram nem mesmo com o leite sem lactose.

A pesquisa, desenvolvida com população local, combina métodos clínicos e questionários detalhados para identificar o impacto real da beta-caseína A2. “Nunca antes se havia feito uma investigação com esse tipo de leite em Chile e com população local”, destacou Duarte, magíster e doutora em nutrição, durante entrevista ao programa Soy lo que Como.

🔬 A diferença que está em um aminoácido

A beta-caseína é uma das principais proteínas do leite bovino e pode se apresentar em duas formas: A1 e A2. A diferença entre elas parece pequena — apenas um aminoácido em sua estrutura —, mas pode ter efeitos relevantes no processo de digestão.

Estudos internacionais sugerem que a beta-caseína A1 libera, durante a digestão, um pequeno fragmento de proteína chamado BCM-7, que poderia causar desconforto abdominal, gases e inflamação intestinal em algumas pessoas. Já o leite com beta-caseína A2 não gera essa substância e seria, portanto, mais bem tolerado.

😣 Intolerância além da lactose

No Chile, uma proporção importante da população adulta apresenta algum grau de intolerância à lactose, uma condição que tende a aumentar com a idade. No entanto, como explica Duarte, muitos relatam sintomas — como distensão, cólicas e diarreia — mesmo quando consomem leite sem lactose.

“Em vários casos, o problema não está no açúcar do leite, mas na proteína”, afirma a especialista. Essa observação levou a equipe a explorar a influência da beta-caseína A1, muitas vezes negligenciada nos diagnósticos de intolerância.

🧪 Testes clínicos e percepção do consumidor

O estudo conduzido pela equipe de Duarte inclui testes de hidrogênio expirado, utilizados para confirmar intolerância à lactose, e também a análise de marcadores inflamatórios nas fezes, como a calprotectina, para identificar sinais de inflamação intestinal.

Além das avaliações médicas, os participantes respondem a questionários de percepção de sintomas — medindo o nível de desconforto, frequência de gases, inchaço e alterações no trânsito intestinal — após consumir diferentes tipos de leite.

“O que esperamos comprovar é se o leite com beta-caseína A2 representa uma melhor alternativa para quem sofre com a digestão do leite comum, seja pela lactose ou pela proteína”, explicou Duarte.

🥛 Manter o leite na dieta

Um dos objetivos centrais do projeto é evitar que os consumidores eliminem o leite da alimentação. Duarte lembra que os lácteos são uma fonte valiosa de proteínas, cálcio e vitamina D, nutrientes essenciais em todas as fases da vida.

“As diretrizes alimentares recomendam não suspender os lácteos na vida adulta. Eles continuam sendo fundamentais para a saúde óssea e o bom estado nutricional, especialmente em gestantes, idosos e adolescentes em fase de crescimento”, reforça.

A pesquisadora defende que a melhor solução está na personalização do consumo, buscando o tipo de leite que melhor se adapta a cada organismo — seja com menos lactose ou com proteína A2.

💡 Um caminho simples e prático

Ainda não há exame clínico disponível para diagnosticar intolerância à beta-caseína A1. Por isso, Duarte propõe uma abordagem prática e acessível:

  1. Confirmar ou descartar intolerância à lactose com o teste de hidrogênio expirado;

  2. Caso os sintomas persistam, experimentar o leite A2, que já está disponível no mercado chileno em versões com e sem lactose.

“Em muitos casos, basta fazer a prova e observar se os sintomas melhoram”, conclui Duarte.

O estudo, pioneiro na América do Sul, coloca o Chile entre os países que buscam inovações científicas para manter viva a cultura do leite, aliando tradição e modernidade em prol da saúde digestiva.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de Fedeleche

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