Ambos os alimentos podem modular a degradação da proteína no rúmen, reduzir a emissão de metano, melhorar o desempenho animal e a qualidade do leite
O trabalho desenvolve métodos para melhorar a qualidade do leite a partir de análises genéticas. A pesquisa ocorre em parceria com pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), com aporte de R$ 267 mil, distribuídos entre custeio, capital e bolsas de iniciação científica e de apoio técnico.
Intitulado “Estratégias de alimentação para vacas leiteiras com alimentos alternativos e uso de antioxidantes naturais”, o estudo busca avaliar a inclusão de alimentos alternativos, como silagem da parte aérea da rama de mandioca e a Acácia Negra, na dieta de animais ruminantes. Ambos os alimentos podem modular a degradação da proteína no rúmen, reduzir a emissão de metano, melhorar o desempenho animal e a qualidade do leite.
“Pretendemos responder, mediante tratamentos empregados na zootecnia, como os genes respondem a essa dieta diferenciada, sempre agregando valor ao produto e buscando a melhor qualidade do produto final, que nesse caso é o leite”, explica Vicari.
Adriana destaca que a pesquisa, além de ser desenvolvida em parceria com outras instituições, tem o diferencial de contribuir para o ramo de produção de leite da região. Os Campos Gerais são uma das principais bacias leiteiras do País. “É uma pesquisa que trará muitos resultados, principalmente na questão da redução do metano, além de melhorar na qualidade do leite”, afirma.
Os próximos passos serão conduzir experimentos in vitro, in vivo e in situ, nas três IES envolvidas, para avaliar a qualidade nutricional, fermentativa, microbiológica e metabolômica da silagem da parte aérea da rama de mandioca. “Teremos experimentos sobre digestibilidade dos alimentos, além de ensaios com animais, análise da parte da fermentação microbiológica e ruminal e coleta do leite para análise da expressão do gene”, adiciona a professora.
A pesquisa está sob a coordenação do professor Geraldo Tadeu dos Santos, da UEM. Os professores da UEPG são responsáveis por avaliar a expressão de genes envolvidos no metabolismo da glândula mamária. “A partir das análises em genética, vamos verificar se essas suplementações em dieta realmente contribuem com os parâmetros do leite, que são importantes para a qualidade do produto e também para o produtor”, acrescenta Adriana.
Para Vicari, a pesquisa fortalece o vínculo entre as instituições. “Também irá agregar muito para a Pós em Zootecnia, pois é um projeto muito interessante, que vai auxiliar os alunos que ingressaram. Eles terão um material muito interessante para aprendizagem”, finaliza.