O Senado americano aprovou na noite desta terça-feira (28) um projeto crucial para o comércio Brasil-EUA, que busca cancelar as tarifas adicionais de 40% sobre produtos brasileiros.
Segundo informações da CNN, a resolução foi aprovada por 52 senadores, incluindo cinco republicanos, enquanto 48 se posicionaram contra. Este passo representa um movimento estratégico para proteger o segundo maior parceiro comercial dos Estados Unidos e pode ter impactos diretos em commodities como café e soja.
O projeto agora segue para a Câmara dos Deputados americana, onde precisa ser aprovado antes de ser enviado à sanção presidencial. No entanto, há desafios: uma medida aprovada pelos deputados para impedir contestações às tarifas do governo Trump pode dificultar a votação na casa, criando incertezas sobre o futuro do acordo.
O senador Tim Kaine, da Virgínia, um dos autores do projeto, destacou em seu discurso que o aumento nos preços de produtos importados, especialmente café, tem impacto direto no consumidor americano. “Estamos falando de proteger a economia doméstica e, ao mesmo tempo, preservar a parceria com o Brasil, nosso segundo maior parceiro comercial”, disse Kaine.
A resolução tem como base a Lei de Poderes de Emergência Econômica Internacional (International Emergency Economic Powers Act – IEEPA), que havia sido usada para justificar as tarifas adicionais de 40% impostas durante o governo Trump. A iniciativa do Senado representa uma tentativa de reverter medidas que afetaram diretamente exportações brasileiras, que incluem não apenas commodities agrícolas, mas também produtos industriais e lácteos, fortalecendo a confiança entre os dois países.
Especialistas em comércio internacional apontam que a aprovação no Senado americano é um passo positivo, mas não definitivo. “O sucesso do projeto depende da Câmara dos Deputados e da sanção presidencial. Ainda há obstáculos legislativos que podem impedir a reversão das tarifas”, explica José Carlos Martins, consultor em comércio exterior.
A repercussão no Brasil é imediata. O setor agroindustrial, especialmente produtores de soja e café, acompanha de perto o desenrolar da votação. Estima-se que as tarifas de 40% impostas anteriormente tenham elevado custos e pressionado os preços para exportação, gerando impacto na competitividade do Brasil no mercado global.
O movimento do Senado americano reflete também uma preocupação com o consumidor interno dos EUA. A elevação de tarifas sobre produtos essenciais, como café, fez com que o preço para o consumidor aumentasse significativamente, motivando legisladores a buscar soluções rápidas. “Não é apenas uma questão de comércio internacional; é uma questão de proteger os americanos do aumento de custos desnecessários”, reforçou Kaine.
Analistas também destacam o caráter estratégico da medida. O Brasil, como segundo maior parceiro comercial dos Estados Unidos na América do Sul, exerce influência importante na cadeia global de commodities. Um acordo estável, sem tarifas punitivas, pode favorecer não só o comércio bilateral, mas também a estabilidade nos preços de produtos-chave, como soja, carne e café.
Historicamente, as relações comerciais Brasil-EUA passaram por altos e baixos. A imposição de tarifas durante o governo Trump foi vista como um revés para a confiança bilateral, afetando não apenas exportadores, mas toda a cadeia produtiva brasileira. A aprovação do Senado, portanto, não é apenas um passo legislativo: é também um gesto político que sinaliza a possibilidade de reconciliação e fortalecimento da parceria econômica.
Enquanto o projeto segue para a Câmara, a expectativa do mercado é alta. Produtores, exportadores e analistas observam cada movimento, conscientes de que a decisão final pode redefinir o cenário de comércio entre os dois países para o final de 2025 e início de 2026.
Em resumo, a aprovação no Senado americano representa uma vitória parcial para o Brasil e seus exportadores, mas ainda há etapas críticas antes que a medida se torne definitiva. Aguardam-se votos na Câmara dos Deputados e, posteriormente, a sanção presidencial, momentos decisivos que podem consolidar ou frustrar a expectativa de cancelamento das tarifas de 40%.
*Escrito para o eDairyNews, com informações de Compre Rural
 
											

 
								


 
								

 
								