Recentemente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os resultados do último Censo Agropecuário, que teve como base o ano de 2017. Pela comparação com os dados do Censo anterior (2006), é possível analisar a transformação ocorrida na atividade leiteira neste período.

Em 2017, o Brasil contava com 1,176 milhão de estabelecimentos produtores de leite. Esse número é 13% inferior ao levantado em 2006, quando 1,350 milhão de propriedades produziam leite. A grande maioria dos produtores continua sendo de pequena escala, com 93% deles produzindo até 200 litros diários. Por outro lado,o grupo de produtores acima de 200 litros diários praticamente dobrou no período, passando de 44 mil (em 2006) para mais de 87 mil (em 2017), mas ainda representando apenas 7% do total.

Na mesma linha, o número de vacas ordenhadas também diminuiu no período. Neste indicador, a queda foi de 9%, mostrando que em 2017 a atividade leiteira contava com 1,2 milhão de vacas a menos que em 2006. Este número é bastante representativo, sendo equivalente a praticamente todo o rebanho de vacas ordenhadas do Uruguai e Chile em conjunto.

Mesmo com a redução no número de produtores e de vacas ordenhadas, a produção nacional de leite cresceu expressivos 47%, o que significou mais de 9,5 bilhões de litros, superando a marca de 30 bilhões de litros produzidos no ano. Para se ter ideia da magnitude deste crescimento, a produção total da Argentina é pouco superior a 10 bilhões de litros. Ou seja, em 12 anos o Brasil cresceu praticamente uma Argentina em leite produzido, deixando de utilizar o mesmo número de vacas que compõem o rebanho leiteiro do Uruguai e do Chile juntos.

Entre 2006 e 2017, produtividade cresceu mais de mil litros por vaca

Durante esse período, os produtores com volume superior a 200 litros diários tiveram forte aumento de participação na oferta nacional. Enquanto em 2006 este grupo era responsável por 35% da produção brasileira, em 2017 mais da metade do volume produzido internamente veio destes produtores, atingindo a marca de 54% do total de leite.

Por outro lado, entre 2006 e 2017, a produtividade média do rebanho nacional aumentou em mais de 1.000 litros por vaca (+62%), atingindo 2.621 litros/vaca no ano. Este aumento também ajuda a explicar o crescimento da participação dos produtores com mais de 200 litros diários na produção nacional.

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A produtividade animal média deste grupo foi de 4.332 litros/vaca, volume 65% superior à média nacional e semelhante à produtividade da Nova Zelândia, principal exportador mundial de lácteos. Portanto, a análise desses indicadores mostra que a atividade leiteira no Brasil registrou aumento da produção de leite, mas tendo menos produtores envolvidos e menor número de vacas ordenhadas. Para que isso fosse possível, os produtores remanescentes aumentaram sua escala de produção diária, enquanto as vacas que continuaram nos rebanhos ficaram mais produtivas.

Essa situação é resultado, principalmente, do aumento do profissionalismo na gestão da atividade, de programas de melhoramento genético animal e da maior adoção de tecnologias por meio de assistência técnica especializada. Tudo isso contribuiu para elevação das produtividades, não só animal mas também dos demais fatores de produção empregados na fazenda, como terra, mão de obra e capital.

A vaca é um dos animais mais importantes na produção de alimentos, sendo responsável por um dos itens mais consumidos no mundo: o leite.

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