O avanço técnico da produção de leite na região Sul do Brasil é inegável.
Lagoa Vermelha. A produção de leite registrou uma perda diária de 50 mil litros.
A produção de leite registrou uma perda diária de 50 mil litros.
O avanço técnico da produção de leite na região Sul do Brasil é inegável. Os três estados sulistas, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná são peças importantes para o leite brasileiro.

Atualmente, diversos municípios possuem média de produção por vaca compatível com países vizinhos, antes bem mais produtivos. O levantamento do Top 100 2022, idealizado pelo MilkPoint, que ranqueia os maiores produtores de leite do Brasil e traça o perfil da produção leiteira do país, por exemplo, evidenciou que o Sul é destaque em produção por animal e por propriedade: média de 9,86 milhões de litros/propriedade/ano e 36,68 litros/vaca/dia (Gráfico 1).

 

Gráfico 1. Volume médio de leite produzido por ano por propriedade Top 100 em 2021, conforme a região do Brasil, segundo o Levantamento Top 100 2022.

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De acordo com dados de captação formal de leite do IBGE, em 2021, o Sul do Brasil produziu 9,8 bilhões de litros de leite, liderando a produção de leite formal do país, seguido pela região Sudeste, com 9,5 bilhões de litros.

No terceiro semestre de 2022, assim como o ano de 2021, os três estados sulistas produziram maior quantidade de leite comparado a todos os outros estados brasileiros, com exceção de Minas Gerais. Em uma análise histórica da captação formal de leite do IBGE, desde 1997 até 2021, é possível observar uma evolução, mesmo que haja pequenas oscilações (Gráfico 2). De 2,4 bilhões em 1997, a captação formal saltou para 9,8 bilhões em 2021.

Gráfico 2. Histórico da captação formal de leite no Sul do Brasil, de 2019 a 2021.

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Ainda que haja heterogeneidade, não há dúvida de que a produção de leite hoje difere daquela de 10 ou 15 anos. Contudo, para os próximos anos, novas questões surgiram, bem mais amplas e complexas que os requisitos e avanços técnicos.

Especialmente nos 3 últimos anos, os efeitos do La Niña são responsáveis por fortes estiagens que afetaram, principalmente, o Rio Grande do Sul, inferindo negativamente na safra de milho e soja da região.

Paralelamente aos efeitos climáticos adversos, desafios de mão de obra e sucessão familiar são crescentes, além da redução do número de produtores na atividade. Tem-se ainda os altos custos dos fertilizantes e alimentos, incrementando de forma estrutural o custo de produção de leite, além de consumidor mais atento a como o leite é produzido.

Do lado das oportunidades, a convergência das agendas de produção de alimento, ambiental e energética, talvez é uma das maiores oportunidades em décadas do setor, se soubermos nos preparar. Além disso, a digitalização traz um novo grau de conhecimento dos animais e da agricultura.

Se há desafios, também há oportunidades. A grande questão é: como responder e se preparar para as novas perguntas da produção de leite? Esse é exatamente o guia do Interleite Sul 2023. Com forte apoio local, a 14ª edição do evento promete ser a maior já feita, nos dias 10 e 11 de maio, em Chapecó/SC.

 

Leia também Os produtos lácteos veganos não existem (edairynews.com)

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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