ESPMEXENGBRAIND
11 dez 2025
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Exportações reagem em novembro e ajudam a reduzir o déficit da balança comercial do setor, impulsionadas por maior oferta interna e preços mais baixos 📦
Com mais leite disponível e preços retraídos, o mês de novembro registrou redução expressiva do déficit da balança comercial do setor lácteo. 🐄
Com mais leite disponível e preços retraídos, o mês de novembro registrou redução expressiva do déficit da balança comercial do setor lácteo 🐄

O déficit da balança comercial do setor lácteo brasileiro registrou uma redução significativa em novembro de 2025, impulsionada por um avanço consistente das exportações e por uma retração relevante das importações.

A análise, divulgada pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), apontou que o mês trouxe uma mudança concreta no fluxo de comércio exterior dos derivados lácteos, reforçando a capacidade do país de escoar excedentes e melhorar gradualmente seu saldo externo.

Segundo o levantamento do instituto, o Brasil exportou 4,41 milhões de litros em equivalente leite no período, um crescimento de 13,18% na comparação com outubro. Esse movimento ocorreu em paralelo a uma queda expressiva das importações, que recuaram 14,83% e somaram 177,21 milhões de litros. A combinação elevou a competitividade dos produtos nacionais e reduziu a necessidade de compras externas, aliviando a pressão histórica que o setor carrega no comércio global.

O Imea atribui essa inflexão, principalmente, ao aumento da oferta interna. Em novembro, diversas regiões produtoras reportaram maior disponibilidade de leite cru, resultado de condições climáticas mais favoráveis, custos de alimentação estabilizados e recuperação gradual da produtividade dos rebanhos. Com mais matéria-prima no campo, indústrias ampliaram a capacidade de processamento e, diante de preços domésticos mais baixos, encontraram condições propícias para direcionar parte da produção ao mercado internacional.

O relatório ressalta ainda que o movimento exportador é sustentado por mercados que valorizam produtos brasileiros de maior agregação, como leite UHT, queijos e leite em pó. Embora o volume exportado ainda seja modesto quando comparado a grandes players globais, o avanço mensal reforça um padrão de crescimento consistente ao longo do segundo semestre de 2025.

No detalhamento por estado, Paraná, Minas Gerais e São Paulo consolidaram-se mais uma vez como os polos que mais contribuíram para o desempenho das exportações. O Paraná liderou o ranking, com 1,28 milhão de litros exportados, representando um avanço de 3,19% sobre o mês anterior. Minas Gerais, tradicional referência nacional em produção e industrialização, ampliou embarques em 14,33%, alcançando 515,72 mil litros. Já São Paulo cresceu 9,50%, com 350,93 mil litros enviados aos principais destinos.

Esses estados, destaca o Imea, mantêm estruturas industriais robustas, logística mais eficiente e acesso facilitado a portos estratégicos, fatores que favorecem o aproveitamento de oportunidades de mercado. Além disso, o Sul e o Sudeste concentram plantas industriais aptas a produzir itens com maior valor agregado, ampliando o potencial exportador.

No saldo geral da balança, a soma do aumento das exportações e da queda das importações resultou na redução de 31,36 milhões de litros no déficit da balança láctea, que encerrou novembro em -172,81 milhões de litros. Embora o número permaneça negativo, o desempenho do mês sinaliza uma trajetória de recuperação gradual. Para o Imea, os dados refletem um início de reequilíbrio entre oferta interna e demanda, com efeito direto sobre o comportamento dos preços pagos nas indústrias e no campo.

O instituto avalia que, caso a oferta interna continue elevada e os preços domésticos sigam competitivos, o Brasil poderá manter ritmo firme de embarques nos primeiros meses de 2026. Essa continuidade contribuiria não apenas para a redução progressiva do déficit da balança comercial, mas também para maior estabilidade de preços ao produtor, diminuindo oscilações típicas do mercado interno.

A leitura do Imea é de que o setor se encontra em um ponto de inflexão: produz mais, exporta mais e importa menos. O impacto direto desse movimento é a redução do déficit externo, um objetivo perseguido há anos pelo segmento lácteo. A consolidação desse cenário, porém, dependerá do comportamento do consumo interno, da competitividade da indústria e da manutenção das condições que favoreceram o desempenho de novembro.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de Portal do Agronegócio

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