Leslie Green e Silvina Agüera partilhavam o desejo de que os seus cinco filhos vivessem a experiência de lançar as bases de um negócio e fazer parte do seu desenvolvimento.
Em novembro de 2014, decidiram transformar o seu sonho em realidade, comprando 100 ovelhas para criar uma exploração leiteira na sua quinta em Pehuajó. O seu objetivo era utilizar o leite obtido para produzir uma variedade de produtos, muitos dos quais são pioneiros na sua categoria.
“Começámos por enviar o leite para uma queijaria em Trenque Lauquen, onde fizemos os primeiros queijos duros e semiduros. Todos feitos com leite de ovelha”, diz Leslie. Foi assim, com o lançamento dos primeiros produtos lácteos no mercado, que nasceu a Família Green, a PME familiar que fabrica queijo, doce de leite e até gelado com leite de ovelha.
Além disso, desde há dois meses, juntamente com María Teresa Sur, a empresa de um amigo da família, também estão a fabricar o primeiro doce de leite argentino feito com leite de vaca A2, que é facilmente digerível.
Atualmente, vendem cerca de 5.000 quilos de doce de leite por ano e outros 5.000 quilos de queijo. “Nunca temos o suficiente”, diz Leslie. Têm duas lojas próprias, em Pehuajó e Tandil. Também vendem online a partir do seu próprio sítio Web.
“Este projeto dá a todos os meus filhos, que têm idades diferentes – o mais velho tem 20 anos e os gémeos mais novos têm oito – a oportunidade de verem e aprenderem tudo, desde a produção e marketing à comercialização, design de embalagens e vendas comerciais, entre outras coisas”, diz a produtora, acrescentando:
“É um negócio que começou como algo muito pequeno e agora gera 12 empregos directos, para além de todos os indirectos.
Um dos marcos da família foi a produção do primeiro queijo azul argentino feito com 100% de leite de ovelha, em 2017. “É igual ao original feito em França, mas demos-lhe um nome especial, ‘Blue Sheep’, tornando-nos os pioneiros na produção deste produto no país”, explica.
Além disso, dois anos depois, desenvolveram o primeiro sorvete feito com 100% de leite de ovelha.”Montámos uma fábrica de gelados em Pehuajó que não contém qualquer adição de leite em pó ou natas para não degradar a proteína A2.
O leite de ovelha é mais rico em sólidos, o que lhe dá uma textura mais cremosa sem ter estes derivados”, explica. São diversos sabores como chocolate, doce de leite, frutas do bosque, creme americano e uma versão especial de americano, doce de leite de ovelha e nozes, além do super doce de leite.
As ovelhas que criam são da raça Pampinta. “É uma raça criada no INTA de Anguil, La Pampa. É um cruzamento da raça leiteira Frísia Oriental, de origem europeia, com 1/4 de Corriedale. Tem um triplo objetivo porque fornece boa carne, lã e leite.
Além disso, é uma ovelha com maior rusticidade, ideal para a zona do oeste de Buenos Aires, onde se situa a sua exploração leiteira. Destaca-se também por ser muito prolífica, uma vez que são melliceras, e apresenta uma excelente aptidão maternal.
A exploração leiteira é sazonal, decorrendo de setembro a abril, porque as ovelhas, sendo fototrópicas negativas, só entram em serviço em março e abril. “Após cinco meses de gestação, o período de parição decorre entre agosto e setembro, iniciando-se então a ordenha. O cordeiro fica com a mãe durante 30 dias”, acrescenta.
Toda a produção leiteira é baseada em pastagens e só tem alguma suplementação em períodos de seca severa, como no ano passado.
Para respeitar o bem-estar das ovelhas, estas são ordenhadas uma vez por dia, de manhã cedo. Entretanto, relativamente ao novo produto que fabricam com leite de vaca A2, que se destaca por ser de fácil digestão, fazem-no com María Teresa Sur, uma empresa familiar localizada em 30 de agosto, no oeste da província de Buenos Aires.
As vacas A2 produzem leite que tem a variante A2 da beta caseína.
*Traduzido e adaptado para eDairyNews
