ESPMEXENGBRAIND
18 nov 2025
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O microbioma volta ao centro da estratégia da Danone, que combina ciência moderna com tradições asiáticas de 9.000 anos para criar novos funcionais. 🌱
A corrida pelo microbioma ganha força: Danone olha para o passado asiático para criar diferenciação e valor no mercado global. 🌏
A corrida pelo microbioma ganha força: Danone olha para o passado asiático para criar diferenciação e valor no mercado global. 🌏

O microbioma deixou de ser um jargão científico para se tornar um dos pilares da estratégia global da Danone.

A vice-presidente de pesquisa e inovação, Taous Lassel, resume essa virada com naturalidade: “Não acordamos um dia e pensamos: vamos trabalhar com microbioma”. Segundo ela, a empresa já investigava esse universo muito antes de o termo virar tendência — desde o desenvolvimento do primeiro iogurte, há mais de 100 anos.

Essa “linha do tempo invisível”, como a executiva descreve, conecta passado e futuro em uma trajetória que hoje ganha uma nova camada: a influência crescente das tradições de fermentação asiáticas. Não por acaso. A China é sua casa atual, e a Ásia é o berço de uma cultura fermentativa que antecede qualquer laboratório moderno — cerca de 9.000 anos de vantagem histórica.

🔬 Tradição milenar como guia para inovação contemporânea

Lassel destaca que, na Ásia, a fermentação jamais foi moda: sempre foi cotidiano. Do tofu e shoyu japoneses ao tempeh indonésio e ao kimchi coreano, a população manteve, por séculos, uma relação intuitiva entre comida, bem-estar e equilíbrio intestinal. “Existe uma riqueza nessas tradições”, afirma ela, ao comentar sua fascinação pela criatividade culinária de cada país.

Antes de análises de DNA e pipelines de ciência de dados, o conhecimento era construído pela observação. As pessoas percebiam quais alimentos “as faziam sentir melhor” e repetiam a prática. A Europa também seguiu esse caminho, com repolhos fermentados, pepinos, queijos, kefir e iogurtes moldando identidades gastronômicas — sempre com o mesmo fio condutor: saúde digestiva.

Hoje, a Danone vê nessa sabedoria ancestral uma fonte de inovação. A ideia não é substituir a ciência, mas ampliar seu repertório. Como Lassel afirma, “ciência fica mais forte quando é compartilhada e desafiada”. Para ela, um caminho possível para expandir o portfólio funcional é justamente integrar práticas tradicionais com tecnologia contemporânea.

🧪 Engajar consumidores e construir consenso científico

O desafio não é pequeno. Para que esse cruzamento de tradições e ciência realmente avance, é preciso que três forças caminhem juntas: indústria, profissionais de saúde e consumidores. Lassel reconhece que o público está mais curioso, mas também mais cético. Por isso, o rigor científico continua sendo “não negociável”.

A Danone aposta em educação, evidências e diálogo. A empresa quer que as pessoas entendam o porquê de certas combinações de ingredientes, o que faz uma fermentação ser especial e por que probióticos específicos funcionam de determinada maneira. Esse caminho, embora mais lento, abre espaço para produtos com maior valor agregado — e margens mais robustas.

🌏 Quando Ásia e Ocidente encontram o mesmo ponto

A narrativa da Danone se fortalece justamente ao unir duas pontas históricas:

  • a Ásia, que descobriu na prática como o corpo responde aos alimentos;

  • o Ocidente, que traduziu essa experiência em ciência, biotecnologia e testes clínicos.

Essa intersecção cria terreno fértil para produtos com propósito claro: melhorar a digestão, equilibrar o microbioma, apoiar o sistema imune e contribuir para o bem-estar diário. E, ao mesmo tempo, dialogar com tendências globais — do envelhecimento saudável ao consumo de alta conveniência.

🧬 Microbioma como diferencial estratégico

A Danone vem reforçando que microbioma não é tema de nicho, mas um eixo de competitividade. Em mercados maduros — como Brasil, Europa e China — cresce a busca por alimentos capazes de oferecer benefícios além da nutrição básica.

Ao observar tradições asiáticas, a companhia amplia repertórios de fermentos, cepas probióticas e técnicas de produção. E, ao unir isso a seus 100 anos de pesquisa, busca ocupar um espaço central na construção da próxima geração de produtos funcionais.

O recado de Lassel é claro: a inovação não está apenas no laboratório, mas também nos hábitos de povos que fermentam há milênios. E o futuro da saúde digestiva pode acontecer justamente onde esses dois mundos finalmente se encontram.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de Dairy Reporter

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