A entidade está preocupada em proteger os produtores brasileiros da concorrência estrangeira, especialmente do Uruguai e da Argentina. “A valorização do leite nacional contribui para fortalecer toda a cadeia produtiva do setor, e resulta em maior geração de empregos, receita tributária e principalmente qualidade de vida no meio rural”, afirma Zanetti.
Para ele, a atividade desempenha um papel crucial na segurança alimentar. “É essencial que o mercado seja adequadamente organizado e regulado para evitar que os produtores trabalhem com prejuízos, e para que os consumidores não sejam afetados por preços exorbitantes.”
Para sindicato de Santa Cruz, situação é preocupante
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Cruz, Sérgio Reis, analisa a situação como preocupante. “Eles [os produtores] tiveram altos custos com o preparo de silagem, tendo em vista que os fertilizantes estavam muito caros.
Agora, não estão tendo retorno.” Ele frisa que a rentabilidade foi boa nos últimos anos, o que não se verifica mais. “Percebemos o aumento das importações, e, muitas vezes, esse produto não tem a mesma qualidade, o que acaba gerando uma concorrência desleal. Esperamos que haja um controle com essas importações, que vêm de países que subsidiam o leite”, ressalta.
A Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite e Derivados do Rio Grande do Sul tem promovido ações para assegurar a competitividade do setor.
O coordenador geral das câmaras setoriais e temáticas da secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação, Clair Kuhn, e o coordenador da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite e Derivados, Eugênio Zanetti, assinaram ofícios com o objetivo de destacar os esforços em andamento.
O que está acontecendo
Os integrantes da Câmara Setorial destacam o aumento expressivo nas importações de produtos lácteos, impulsionado pelos baixos preços da matéria-prima em países vizinhos.
Segundo dados apresentados, os ingressos de leite em pó integral, entre janeiro e abril deste ano, aumentaram de 9 mil quilos em 2022 para 47 mil.
A Argentina, em particular, tem concedido subsídios que ultrapassam 50% diretamente aos produtores daquele país. Além disso, o Uruguai implementou um programa de financiamento com linhas de crédito destinadas à atividade.