Wagner Lima, proprietário de uma pequena fazenda no recôncavo baiano, levantou uma questão pertinente sobre iniciar sua atividade leiteira com animais da raça Jersey, originários de uma fazenda especializada no interior catarinense. Assista ao vídeo abaixo e confira os detalhes.
O zootecnista Guilherme Marquez, com sua expertise em raças leiteiras, ofereceu uma resposta considerando as características da raça Jersey.
Características do gado Jersey
Apontada como de porte mediano a pequeno e de origem taurina, a Jersey é naturalmente adaptada a climas temperados e mais frescos.
Marquez salienta que, com as devidas condições, como a oferta de sombra e um ambiente saudável, a criação dessa raça no Nordeste pode ser bem-sucedida.
No entanto, segundo Marquez, tentar criar Jersey no mesmo sistema de manejo já aplicado a raças locais pode não ser a estratégia mais acertada, pois esses animais estarão expostos a um calor superior e a uma possibilidade maior de enfrentarem doenças tropicais.
A recomendação é conferir atenção especial à preparação do ambiente, procurando otimizar o conforto térmico e a sanidade do rebanho para garantir o melhor desempenho produtivo.
Fenótipo e genótipo: a dupla da produtividade
Marquez enfatiza que o sucesso na pecuária leiteira é resultado da sinergia entre a genética e as condições ambientais, constituindo o fenótipo do animal.
A analogia direta que propõe é que ter a melhor genética, ou seja, a “Ferrari” das raças leiteiras, de nada adianta se o “ambiente”, comparado às estradas, não for preparado para acolher tal excelência.
Portanto, para Wagner e demais produtores com o mesmo dilema, a mensagem é clara: mais importante que a escolha da raça é assegurar que a infraestrutura e o manejo estejam alinhados às necessidades dos animais.
Com considerações certeiras e adaptações estratégicas, o gado Jersey pode sim prosperar e ser uma opção viável para a produção leiteira no Nordeste.
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