ESPMEXENGBRAIND
17 jul 2025
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O índice geral da GDT subiu 1,1%, mas o cheddar despencou 5,6%, refletindo um mercado ainda volátil e desafiador para exportadores.
Mercado global lácteo ensaia reação, mas sinais mistos pedem cautela no Brasil. GDT. NZX.
Mercado global lácteo ensaia reação, mas sinais mistos pedem cautela no Brasil.

Em um cenário global ainda permeado por incertezas econômicas, os lácteos dão sinais tênues de recuperação nos mercados internacionais.

O mais recente leilão da Global Dairy Trade (GDT), o evento 384 realizado em 15 de julho, revelou uma alta média de 1,1% no índice geral de preços — uma notícia bem-vinda para um setor que vem enfrentando volatilidade e margens pressionadas.

No entanto, essa aparente melhora esconde movimentos contrastantes entre as categorias.

Enquanto produtos como a manteiga anidra (AMF) e o leite em pó desnatado (LPD) registraram aumentos, o cheddar — tradicionalmente visto como um termômetro da demanda — apresentou uma queda expressiva de 5,6%, sinalizando possíveis desafios na cadeia de valor.

Para o Brasil, que vem intensificando sua presença no mercado global e observa atentamente os movimentos neozelandeses como referência, entender essa dinâmica é crucial.

O país precisa equilibrar sua competitividade em produtos exportáveis com a pressão de custos internos, especialmente em momentos de alta nas commodities e câmbio instável.

Panorama dos preços: recuperação parcial

Segundo o relatório da NZX, os principais destaques do evento foram:

Leite em pó integral (LPI): alta de 1,1%, com preço médio de US\$ 4.380/tonelada
Leite em pó desnatado (LPD): alta de 2,5%, alcançando US\$ 2.785/tonelada
Manteiga anidra (AMF): avanço de 0,8%, chegando a US\$ 6.973/tonelada
Manteiga: manteve estabilidade, sem variação, a US\$ 7.492/tonelada
Cheddar: queda significativa de 5,6%, com média de US\$ 4.589/tonelada
Mussarela: leve retração de 0,7%, para US\$ 4.760/tonelada
Lactose: recuou 1,5%, cotada a US\$ 1.355/tonelada

O que explica o recuo do cheddar?

A queda acentuada no preço do cheddar pode estar associada à pressão da oferta em mercados-chave, desaceleração da demanda em regiões como Ásia e Oriente Médio, e mudanças no mix de consumo global.

O queijo, que vinha com desempenho firme nos últimos meses, agora reflete um ajuste diante de estoques elevados e margens apertadas para os processadores.

Esse movimento merece atenção especial de produtores brasileiros que apostam na valorização dos queijos como alternativa de diversificação. Se a tendência de queda persistir, pode haver reflexo nos preços internos e nas margens industriais, especialmente para quem mira o mercado externo.

Implicações para o Brasil

A leve alta nos preços de leite em pó traz um alívio pontual para exportadores brasileiros, especialmente num momento em que a Argentina enfrenta desafios na produção e o dólar favorece a competitividade local.

No entanto, a estagnação da manteiga e a queda do cheddar apontam para um cenário ainda instável.

Com o mercado internacional dividido entre recuperação parcial e retração setorial, o Brasil deve reforçar estratégias de agregação de valor, diferenciação de produtos e gestão de riscos.

A leitura atenta dos dados da GDT pode ser uma vantagem competitiva para empresas que desejam se posicionar com inteligência frente às mudanças globais.

O evento 384 da GDT reforça o caráter multifacetado do mercado lácteo atual: há sinais de retomada, mas também alertas importantes.

O Brasil, como player emergente e com potencial de crescimento nas exportações, precisa observar com lupa esses indicadores para tomar decisões assertivas.

NZX GDT Website Report - Event 384 - Portugues
NZX GDT Website Report – Event 384

 

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