O Informe Global Dairy Trade (GDT) 388, divulgado em 17 de setembro de 2025, trouxe sinais mistos para o setor lácteo internacional.
Enquanto alguns produtos estratégicos, como o cheddar, surpreenderam positivamente com aumento expressivo, outros — em especial a muçarela — sofreram quedas relevantes.
Para o Brasil, que equilibra sua balança entre exportações e forte consumo interno, acompanhar esses movimentos é essencial para alinhar estratégias comerciais, de compra e de competitividade.
Panorama Geral do GDT 388
O índice global GDT apresentou queda média de -0,8%, fechando em US$ 4.041 por tonelada. Os principais indicadores de commodities mostraram variações diferentes entre categorias:
- Cheddar: +2,2%, atingindo US$ 4.814/t.
- Muçarela: -9,6%, caindo para US$ 3.860/t.
- Manteiga: -0,8%, em US$ 6.892/t.
- AMF (gordura anidra de leite): -1,5%, a US$ 6.802/t.
- Leite em pó integral (LPI): -0,8%, em US$ 3.790/t.
- Leite em pó desnatado (LPD): -0,3%, a US$ 2.615/t.
Esses números refletem a sensibilidade do mercado global de lácteos, altamente dependente de fatores como oferta sazonal, estoques regionais e demanda internacional.
Impactos para o mercado brasileiro
O Brasil vem consolidando sua presença como exportador de muçarela e leite em pó, ao mesmo tempo em que busca reduzir a volatilidade interna de preços. Nesse cenário, a queda de quase 10% na muçarela pode gerar dois efeitos diretos:
- Competitividade externa: o produto brasileiro pode enfrentar maior pressão de preços no mercado internacional, o que pode exigir ajustes de margens.
- Oportunidade no mercado interno: consumidores e indústria local podem se beneficiar de maior disponibilidade e custos mais ajustados.
Por outro lado, a valorização do cheddar abre espaço para que o Brasil — ainda que não seja protagonista global nesse segmento — avalie possibilidades de inserção, sobretudo em nichos de exportação que demandam derivados de maior valor agregado.
O papel do leite em pó
Com leves quedas tanto no LPI (-0,8%) quanto no LPD (-0,3%), o segmento segue como termômetro para o comércio global.
Para o Brasil, que tem no leite em pó uma importante válvula de escape para excedentes de produção, os preços internacionais continuam sendo referência crucial na definição de políticas de exportação e formação de preços domésticos.
O Informe GDT 388 deixa claro que o mercado lácteo internacional segue em constante oscilação, com produtos ganhando e perdendo valor de forma acelerada.
Para o Brasil, é fundamental monitorar essas variações não apenas como sinal externo, mas como guia estratégico para proteger margens, estimular exportações e planejar políticas de abastecimento interno.
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