A gestão de efluentes lácteos tornou-se um dos principais desafios para a indústria, que lida diariamente com resíduos de alta carga orgânica provenientes de operações como pasteurização, higienização e processamento de derivados.
Quando descartados sem tratamento, esses efluentes comprometem rios, solos e a reputação do setor, além de gerar multas e custos elevados.
A complexidade da composição — rica em lipídios, proteínas, lactose, nitrogênio e fósforo — exige tratamentos específicos que assegurem o cumprimento das normas ambientais.
A presença de soro de leite, até 100 vezes mais poluente que o esgoto doméstico, é um agravante, mas também uma oportunidade: quando reaproveitado, transforma-se em suplemento, bebida funcional, ração animal e outros produtos de alto valor agregado.
Tecnologias que reduzem custos e impacto ambiental
Empresas que adotam soluções tecnológicas avançadas conseguem reduzir significativamente despesas e impacto ambiental. Entre as estratégias mais eficazes estão:
- Monitoramento contínuo com sensores de DBO: ajustam aeração em tempo real, cortando o consumo de energia em até 30%.
- Digestão anaeróbia: além de tratar efluentes, gera biogás que substitui parte da energia elétrica, reduzindo custos mensais em até 50%.
- Reuso de água tratada: diminui a demanda por água potável e o volume de resíduos gerados.
- Boas práticas de gestão: separação de resíduos na fonte, reaproveitamento de água e capacitação de equipes reduzem perdas e otimizam processos.
Sustentabilidade que gera valor
O controle da carga orgânica não é apenas uma obrigação legal; é também uma estratégia competitiva. Ao adotar tecnologias limpas e reaproveitar subprodutos, as indústrias fortalecem sua imagem, economizam e avançam em direção a uma produção sustentável.
No cenário atual, em que consumidores e mercados exigem responsabilidade ambiental, investir em gestão eficiente de efluentes é garantir futuro, economia e reputação para toda a cadeia láctea.
*Adaptado para eDairyNews, com informações de Ciência do Leite