As alternativas lácteas deixaram de ser um nicho para se tornar uma categoria estratégica.
Grandes grupos do setor, como a francesa Bel Group, ampliam investimentos em produtos vegetais e tecnologias sem origem animal, de olho na crescente demanda por queijos, iogurtes e sorvetes plant‑based.
Seguindo a tendência que já movimenta a indústria de carnes, empresas tradicionais de laticínios reconhecem que o consumidor busca diversidade, sustentabilidade e produtos com menor impacto ambiental.
Bel Group: inovação e ajustes de rota
A Bel Group, conhecida por marcas icônicas como The Laughing Cow e Babybel, iniciou sua estratégia “plant‑forward” em 2019, com foco em portfólio híbrido e crescimento sustentável. Desde então:
- 2020: Investiu na israelense Yofix Probiotics e adquiriu 80% da francesa All In Foods, fabricante de queijos vegetais.
- 2021: Criou a marca Nurishh, dedicada a produtos 100% plant‑based, e investiu em startups de proteínas alternativas.
- 2023: Firmou parceria com a Climax Foods para desenvolver versões vegetais de suas marcas tradicionais.
Porém, em 2025, a empresa anunciou que descontinuará Nurishh até dezembro, citando baixa rentabilidade e participação limitada (cerca de 1% do mercado varejista, contra 22% da líder Violife).
A decisão inclui o fechamento da planta em Saint‑Nazaire, afetando cerca de 30 colaboradores.
Redirecionamento estratégico
Longe de abandonar o segmento, a Bel aposta em fortalecer versões plant‑based de marcas consolidadas, com lançamentos como:
- Boursin plant‑based na França e Europa;
- Novos sabores de Babybel vegetal;
- Expansão da The Laughing Cow vegetal no mercado norte‑americano.
Além disso, a companhia mantém investimentos em tecnologias disruptivas, como caseínas livres de animais via fermentação, em parceria com a Standing Ovation, e pesquisas em queijos veganos fermentados com proteínas vegetais.
O futuro das alternativas lácteas
O reposicionamento da Bel reflete a evolução do setor: marcas tradicionais precisam equilibrar portfólio, inovação e rentabilidade. O mercado plant‑based segue crescendo, mas exige diferenciação e escala para competir com players estabelecidos.
*Adaptado para eDairyNews, com informações de Just Food