ESPMEXENGBRAIND
20 out 2025
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🥛 Goiás produziu 1,15 bilhão de litros de leite no 1º semestre, mas preços baixos preocupam produtores.
🌍 Exportações de leite de Goiás seguem baixas frente às importações, revelam dados do governo.
🌍 Exportações de leite de Goiás seguem baixas frente às importações, revelam dados do governo.

Goiás movimentou 1,15 bilhão de litros de leite no primeiro semestre de 2025, segundo a edição de outubro do informativo “Agro em Dados”, publicado pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás (Seapa). O número representa alta de 7,6% em relação ao mesmo período de 2024, mantendo o estado em posição de destaque no cenário nacional. No Brasil, a produção totalizou 13 bilhões de litros, crescimento de 6,9%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar do crescimento expressivo, o aumento da oferta vem pressionando os preços pagos aos produtores. Em julho de 2025, o valor médio nacional do litro de leite foi de R$ 2,54, apurado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). “O cenário reforça a importância de estratégias de gestão voltadas à eficiência dos custos de produção”, destaca o informativo da Seapa.

O relatório revela ainda um desafio histórico para o setor: o comércio exterior. O Brasil mantém déficit na balança de lácteos, com exportações somando US$ 7,3 milhões em agosto e importações ultrapassando US$ 79,1 milhões. Em Goiás, as exportações chegaram a apenas US$ 93,7 mil, enquanto as importações alcançaram US$ 452,4 mil. Em volume, foram 44,2 toneladas enviadas e 62,4 toneladas adquiridas do exterior. O valor médio por tonelada exportada foi de US$ 2.122,23, frente aos US$ 7.250,00 dos produtos importados, diferença de 241,6%, evidenciando o impacto das importações no mercado local.

Entre os destaques positivos do mercado está o crescimento de produtos diferenciados, como o leite A2A2. Proveniente de vacas selecionadas geneticamente para produzir apenas a fração A2 da β-caseína, esse leite é associado a melhor digestibilidade e menor incidência de desconfortos gastrointestinais. Segundo o Observatório do Consumidor da Embrapa Gado de Leite, a procura por A2A2 cresce de forma consistente, especialmente na região central do país, indicando oportunidade estratégica para produtores acessarem nichos de maior valor agregado.

O estudo reforça que Goiás combina tradição e modernidade: mantém sua força histórica na produção leiteira, mas enfrenta pressões de preço e desafios globais que exigem inovação. Produtores que investem em gestão eficiente e produtos diferenciados têm potencial de crescimento, enquanto aqueles que dependem apenas do volume podem sofrer com margens estreitas.

Para o consumidor, o crescimento do leite A2A2 representa uma nova experiência de consumo, alinhada a tendências globais de alimentos funcionais e de melhor digestibilidade. A aposta nesse nicho pode ainda contribuir para reduzir a dependência de importações e fortalecer o mercado interno, segundo a Seapa.

Apesar do déficit na balança comercial, o aumento da produção nacional indica que Goiás continua sendo protagonista na cadeia leiteira. A região combina tecnologia, genética bovina e tradição familiar, mantendo a relevância no cenário nacional. O desafio agora é equilibrar crescimento, preços justos e expansão de mercados diferenciados, garantindo que o leite goiano não seja apenas numericamente expressivo, mas também economicamente sustentável.

Em resumo, o primeiro semestre de 2025 mostra que Goiás não apenas aumentou sua produção de leite, como também se posiciona como território promissor para produtos de valor agregado, como o leite A2A2, enquanto o Brasil precisa lidar com o déficit em comércio exterior. A combinação de volume, inovação e gestão estratégica será decisiva para que o setor siga competitivo e resiliente frente às oscilações de preço e ao mercado global.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de Agrolink

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