Segundo Ma, outro encaminhamento foi obtido junto ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que se comprometeu a editar uma portaria que exclui o uso de leite importado na merenda escolar. “Também deve haver uma revisão nas leis e portarias relativas ao tema para que as coisas voltem à normalidade”, comenta. Na semana passada, o titular da pasta, Paulo Teixeira, também se comprometeu com o governo gaúcho a encampar a batalha junto à Câmara de Comércio Exterior (Camex) para que o assunto seja analisado o mais breve possível.
Conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), disponibilizados pela plataforma Comex Stat, a importação de leite em pó, creme de leite e laticínios do Mercosul bateu recorde de janeiro a maio deste ano. No período, o Brasil importou o equivalente a 350,5 milhões de dólares, refletindo uma alta de 292,8% no volume em relação aos primeiros cinco meses de 2022. A Argentina é a maior fonte dos produtos (56%), seguida pelo Uruguai (34%), país que, sozinho, acumulou alta de 497,7% nas compras brasileiras realizadas nos primeiros cinco meses de 2023.
“A invasão dos importados está equivalendo ao leite de 10% da produção nacional. Isso é muito grave. Em curto prazo, o importado supre o mercado interno, mas a tendência é que a produção de leite nacional, que já diminui há seis anos, fique ainda menor”, alerta Jônadan. Somente o leite em pó responde por 75% das aquisições feitas diretamente pelas indústrias brasileiras. “Está se importando mais de 200 milhões de litros de leite por mês, mais de 7 milhões de litros de leite por dia. Isso corresponde à captação diária das duas maiores indústrias do Brasil”, compara Jônadan.