Os produtores do queijo artesanal das regiões de Alagoa e da Mantiqueira já podem registrar a produção junto ao Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).

Os produtores do queijo artesanal das regiões de Alagoa e da Mantiqueira já podem registrar a produção junto ao Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). O avanço é considerado importante para que os produtores regularizem as queijarias, agreguem valor e possam solicitar o Selo Arte, que permite a comercialização em todo o País.

A publicação de portaria do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) que estabelece regulamentos técnicos de identidade e qualidade dos queijos artesanais das regiões foi anunciada pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema, na última quinta-feira (08).

O engenheiro agrônomo da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), de Alagoa, Julio Cesar Fleming Seabra, que acompanha os produtores da região, explica que a publicação da portaria é muito importante para os produtores, que poderão sair da clandestinidade, regularizando a produção, agregando valor aos queijos, ampliando mercado e aumentando a geração de renda e a qualidade de vida no campo.

“Foram anos de estudos e pesquisas para fazer a caracterização e as análises que são necessárias para a regulamentação. A portaria permitirá que o produtor, que se adequar a todas as exigências, possa se regularizar junto ao IMA e, posteriormente, solicitar o Selo Arte. Com o selo, será possível comercializar a produção em todo território nacional, com segurança alimentar garantida e rastreabilidade”.

Ainda segundo Seabra, somente na região de Alagoa, são cerca de 140 produtores, que têm uma produção diária próxima a 1,5 toneladas da iguaria mineira.

“A regulamentação da atividade permitirá um melhor retorno financeiro, condições de investir e renda. Além disso, a qualidade de vida será estimulada, sendo importante para atrair os jovens para a atividade. Em Alagoa, a produção de queijos é a atividade econômica mais importante”, diz.

A secretária de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ana Maria Soares Valentini, ressaltou a importância dos processos de regulamentação dos queijos. A expectativa é que muitos produtores invistam na regularização e, depois, no Selo Arte, podendo atuar de forma segura no mercado e expandir a atuação em todo o território nacional.

“Com a publicação da portaria, os produtores de Alagoa e da Mantiqueira vão poder se regularizar. É um motivo de muita alegria, porque para que se chegasse a esse ponto, foi feita uma ampla pesquisa sobre o produto, avaliando aspectos físico químicos, as condições físicas, aroma, sabor e características microbiológicas do queijo. O estudo, que durou três anos, foi feito pela Embrapa Gado de Leite e validado pela Epamig”, explicou.

As expectativas em relação ao mercado para os queijos de Alagoa e Mantiqueira são positivas, Ana Maria explicou que a qualidade é alta e que são produtos que também podem ser voltados para a exportação. “Acho que o queijo tem muita condição de ser exportado. Tive a oportunidade de provar queijos com 24 meses de maturação que são diferenciados, deliciosos”, argumentou.

Com a regularização dos queijos também são esperados mais investimentos em turismo e na divulgação da região. Além do produto, a região é belíssima e tem grandes atrativos. Com fácil acesso para turistas de São Paulo e Rio de Janeiro.

Menos tempo de maturação para o queijo artesanal

Com o objetivo de estimular a produção, o governo de Minas Gerais também publicou uma portaria que alterou de 22 para 14 dias o período de maturação do Queijo Minas Artesanal (QMA) das regiões Canastra e Serra do Salitre. Desta forma, produtores poderão vender o queijo mais fresco, atendendo a uma grande demanda do mercado.

De acordo com o presidente da Associação dos Produtores de Queijo Canastra (Aprocan) e da Associação Mineira dos Produtores de Queijo Artesanal (Amiqueijo), João Carlos Leite, o consumidor poderá comprar queijos mais frescos, o que antes era proibido.

“Essa portaria vem atender uma demanda que o consumidor tem, que é o acesso aos queijos mais frescos e que, até então, tinham a comercialização proibida. Vamos poder vender os mais frescos e também os curados. O curado tem mais valores sensoriais, mas queremos atender ao nosso consumidor. Se ele preferir um queijo mais fresco, vai ter a opção no mercado”, afirmou.

Ainda segundo Leite, mesmo com a alteração do tempo de maturação para 14 dias, o setor ainda vai solicitar uma nova redução do tempo. “Queremos abaixar ainda mais o tempo de maturação, porque entendemos, através de pesquisas, que isso é viável. Precisamos equiparar os padrões microbiológicos do Brasil aos europeus”, explicou.

De acordo com a secretária de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ana Maria Soares Valentini, a portaria veio atender a demanda do setor produtivo. Segundo ela, para que o tempo de maturação fosse reduzido, foram feitas pesquisas para garantir a segurança alimentar e sanitária.

“As análises feitas mostraram que era seguro reduzir o tempo de maturação. É muito importante frisar para os produtores, que eles têm que seguir as boas práticas de produção e se preocupar com a sanidade do rebanho. Isso dará a eles um produto de melhor qualidade e segurança para o consumidor”, disse Ana Maria.

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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