ESPMEXENGBRAIND
1 out 2025
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A Nova Zelândia transformou seus laticínios em experiências premium: rastreabilidade, inovação e storytelling que encantam os consumidores globais.
🥛 Storytelling lácteo: a receita dos kiwis para conquistar mercados globais.
🥛 Storytelling lácteo: a receita dos kiwis para conquistar mercados globais.

Imagine estar em um supermercado em Xangai, pegar uma caixa de leite Anchor da Fonterra, escanear um código QR e aparecer virtualmente em uma fazenda em Waikato, Nova Zelândia, cercado por vacas pastando em prados verdes infinitos…

Ficção científica? Não: é assim que a indústria leiteira kiwi está revolucionando sua conexão com o mundo.

Hoje, os compradores não buscam apenas qualidade e preço, eles querem histórias autênticas e transparentes, e a Nova Zelândia se posiciona como líder desse mercado com sua narrativa “grass to glass” (da pastagem ao copo).

Por quê? Porque os consumidores conscientes – os millennials e a Geração Z que dominam as tendências – exigem saber a origem do que comem, seu impacto ambiental e até mesmo o bem-estar dos animais envolvidos. E a Nova Zelândia, com sua imagem de pureza natural, está capitalizando isso como ninguém.

Essa estratégia não apenas eleva o valor de seus laticínios, mas também impulsiona as exportações em mercados-chave como Ásia e Europa. Há algo além dos relatórios de produção; estamos falando de storytelling que vende, inovações que o respaldam e dicas práticas para você aplicar em seu negócio.

O poder do “pastagem ao prato”

O segredo está na rastreabilidade: a capacidade de rastrear um produto desde a pastagem onde cresce a forragem até o copo na mesa do consumidor.

A Nova Zelândia tornou isso seu selo distintivo e se diferenciou de concorrentes como a Europa ou os EUA, onde os sistemas intensivos muitas vezes carecem dessa “história romântica”.

Por exemplo, o padrão “grass-fed” do Ministério de Indústrias Primárias (MPI) da Nova Zelândia garante que seus laticínios vêm de vacas alimentadas com pasto, o que, além de melhorar sua qualidade nutricional (mais ômega-3 e CLA), ressoa com os consumidores que pagam a mais por produtos naturais.

De fato, um relatório do ING destaca como essa narrativa do “grass to glass” (da grama ao copo) é fundamental para que as empresas de laticínios alcancem metas de zero emissões líquidas, o que atrai compradores ecologicamente conscientes.

Na Ásia, onde 70% dos consumidores estão dispostos a pagar mais por produtos com rastreabilidade verificada, essa história se vende sozinha.

Campanhas como as da Fonterra no TikTok e WeChat mostram vídeos de fazendas reais, conectando-se emocionalmente com públicos urbanos que anseiam por um toque da natureza.

Funciona? Os números comprovam: o mercado global de laticínios crescerá para US$ 1,464 trilhão até 2032, impulsionado por tendências de saúde e transparência, com a Ásia liderando o boom. A Nova Zelândia, que exporta NZ$ 27 bilhões em laticínios anualmente, usa isso para elevar sua marca acima da commodity básica.

As inovações que sustentam a narrativa

Por trás dessa adorável história há uma tecnologia robusta.

A Fonterra foi pioneira no uso da blockchain para rastreabilidade: desde 2018, em parceria com a Alibaba, implementou um sistema que permite rastrear os produtos Anchor desde a fazenda até as prateleiras dos supermercados na China, combatendo fraudes e construindo confiança.

Mais perto no tempo, já em 2025, ela se expande com a IoT (Internet das Coisas) nas fazendas, onde sensores monitoram o bem-estar animal e o uso da água, dados que são compartilhados diretamente com os consumidores por meio de aplicativos.

Outras inovações incluem coleiras inteligentes que otimizam o pastoreio e reduzem as emissões. A parceria Fonterra-BioLumic usa luz UV para ativar sementes, aumentando a produtividade sem produtos químicos, e se integra à narrativa de “pastagem pura”.

A DairyNZ, em seu relatório anual, enfatiza como essas ferramentas ajudam a reduzir o impacto ambiental, atraindo investimentos e jovens talentos para o setor. O resultado? Uma cadeia de abastecimento que não é apenas eficiente, mas se torna um argumento irresistível.

Impacto nos principais mercados

No norte da Ásia (Japão, Coreia do Sul, China), a Fonterra atende à demanda por ingredientes lácteos funcionais, como probióticos e proteínas, com a narrativa de origem premium.

Em 2024, a China importou NZ$ 6 bilhões em laticínios neozelandeses e, para 2025, a recuperação da demanda pós-pandemia, combinada com o storytelling, projetou estabilidade apesar dos desafios globais.

Especialistas como os da FoodNavigator-Asia destacam como as tendências de bem-estar e indulgência impulsionam isso, com a Fonterra e a Yili liderando inovações que combinam saúde e prazer.

Na Europa, onde regulamentações rígidas exigem transparência, a “diferença grass-fed” da NZMP (braço da Fonterra) fala sobre como as pastagens neozelandesas enriquecem o solo com carbono orgânico, superando os campos cultivados.

Isso contraria as críticas ambientais, posicionando a Nova Zelândia como um modelo sustentável. O desafio é competir com os preços baixos europeus, mas a história única — autenticada por blockchain — aumenta o valor percebido.

Em um mundo onde o consumidor manda, a Nova Zelândia não vende apenas leite; ela vende uma experiência, uma promessa de pureza e responsabilidade.

Das pastagens de Waikato às mesas de Tóquio ou Buenos Aires, a indústria leiteira kiwi demonstra que uma boa história vale mais do que mil anúncios. Você está pronto para contá-la em seu negócio?

Valéria Hamann
EDAIRYNEWS

 

 

 

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