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5 set 2025
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José Carlos Grubisich investe R$ 30 milhões na Verdana para dobrar produção de leite com girolando e criar hub tecnológico de genética tropical.
🐄 Pecuária tropical: Verdana quer liderar genética e produção de leite
🐄 Pecuária tropical: Verdana quer liderar genética e produção de leite.

Produção de leite e inovação caminham juntas no novo projeto do empresário José Carlos Grubisich, ex-presidente de grandes companhias como Rhodia, Braskem e Eldorado Celulose.

À frente da Verdana Agropecuária, em Itatinga, interior de São Paulo, ele decidiu investir R$ 30 milhões em um ambicioso plano: dobrar seu rebanho de vacas girolando, elevar a coleta diária para 20 mil litros e criar uma vitrine tecnológica para a pecuária leiteira tropical.

Segundo revelou em entrevista ao portal AgFeed, Grubisich estabeleceu um cronograma acelerado. Até o final deste ano, espera receber 240 vacas em novas instalações, o dobro do rebanho atual.

Em mais um ano, o objetivo é alcançar entre 480 e 550 animais, consolidando uma produção competitiva e com geração de caixa para reinvestir. “O leite é o que vai pagar as contas”, resume o empresário.

O projeto recebeu o nome de Vitrine Tecnológica de Leite Verdana. A proposta é transformar a fazenda em um hub de inovação genética, expondo resultados de programas de melhoramento do gado girolando.

A raça, fruto do cruzamento entre a zebuína gir e a holandesa, une rusticidade e produtividade, mas, na visão de Grubisich, ainda tem muito espaço para avançar em ciência e dados.

“Na genética da raça holandesa, Europa e Estados Unidos já estão muito à frente. No girolando, existe oportunidade para impactar mais, com conhecimento genômico e dados científicos”, explica.

Para acelerar, a Verdana firmou parceria com a multinacional americana Neogen, referência em análise genômica. A empresa será responsável por genotipar todos os animais nascidos na vitrine tecnológica, incluindo doadoras de óvulos para fertilização in vitro.

Outro parceiro é a ST Genetics, também dos Estados Unidos, especializada em genética avançada.

Com apoio da inteligência artificial, Grubisich pretende analisar até 100 mil marcadores genéticos e encontrar combinações ideais de acasalamento. “Quero animais mais férteis, produtivos e adaptados ao trópico”, afirma.

A expectativa é construir o maior banco de genótipos da raça girolando, superando os programas tradicionais de ranqueamento por quartis disponíveis no Brasil.

Do ponto de vista operacional, a fazenda já coleta cerca de 3 mil litros de leite por dia, comercializados com a indústria Tirolez. O rebanho inclui 120 vacas em lactação e 140 bezerras nascidas de embriões selecionados com sexagem para fêmeas, estratégia que acelera a expansão.

A média atual é de 30 litros por vaca, superior à média nacional da raça, que gira em torno de 20 litros. A meta é alcançar 40 litros por vaca.

Para dar suporte ao crescimento, a infraestrutura também está em transformação. A propriedade conta com um compost barn para 240 animais e, em 2026, deverá inaugurar um segundo galpão para dobrar a capacidade. A ordenha é automatizada, já preparada para processar os 20 mil litros projetados.

No campo, a Verdana investe em 200 hectares de milho para silagem, irrigados com pivôs centrais, e em adubação orgânica a partir dos dejetos do gado. Um biodigestor em instalação permitirá a produção de energia elétrica a partir do metano, reforçando a sustentabilidade do sistema.

Se o leite garante faturamento – estimado em até R$ 50 milhões anuais –, a genética é o verdadeiro diferencial.

Grubisich pretende vender material genético de girolando tropical para o Brasil, América Latina, África e Ásia, focando produtores em regiões de clima desafiador. “É para o pecuarista que precisa de gado resistente ao carrapato e adaptado ao pasto, sem abrir mão da produtividade”, explica.

A aposta no melhoramento genético não é nova em sua trajetória. Além do leite, mantém projetos de corte com Nelore de elite e produção em São Paulo e Mato Grosso do Sul, além de sociedade na Seleon Biotecnologia, empresa comandada por seu filho, Bruno Grubisich. A Seleon também atua na vitrine tecnológica como prestadora de serviços.

Com essa combinação de tecnologia, genética e produção, Grubisich quer transformar a Verdana em referência para a pecuária leiteira tropical. O primeiro passo é dobrar a produção de leite em Itatinga, mas a visão vai além das fronteiras brasileiras.

*Adaptado para eDairyNews, com informações de AgFeed

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