Alcançando em 2022 a 11ª posição no Top100 maiores produtores de leite do país, a produção média de 42.295 litros por dia é cercada de muitas medidas sustentáveis na produção à pasto no sistema de piquetes rotacionados e rebanho composto por animais da raça Kiwicroos e Jersolando.
Depois de trabalhar em fazendas de gado leiteiro na Nova Zelândia por 25 anos, Owen Williams cruzou o mundo em busca de terras para produzir leite. Em 2007, já no Brasil, juntamente com Beatriz dos Reis, apostou as fichas em um projeto de produção de leite em grande escala, com alimentação à base de pasto e grande expectativa de rentabilidade.
Prestes a completar 13 anos de produção, a fazenda Kiwi Pecuária, pertencente a um grupo de investidores neozelandeses, juntamente com a Fazenda Capoeira formam o Grupo Kiwi, uma referência no setor pela sua busca por excelência.
Atualmente o Grupo Kiwi passou por um plano de sucessão e está sendo administrado por Azael Rössler, Leonel Barbaresco e Ilo Vieira. Eles mantêm como base do negócio a simplicidade dos processos, qualidade do leite, ética profissional, segurança do trabalho, sustentabilidade da operação, mentalidade de inovação, respeito ao meio ambiente e bem-estar animal.
Além do Grupo Kiwi participar do Programa de Práticas Sustentáveis (PPS) junto ao laticínio para o qual fornece a Kiwi Pecuária, buscando inovação, ingressou no programa Net Zero, projeto piloto oferecido pelo laticínio. Essa participação no projeto claramente foi um estímulo para a adoção das estratégias de sustentabilidade na propriedade. Isso fez com que o propósito da propriedade fosse repensado e investimentos em iniciativas fossem feitos.
“Nossa missão é ter um modelo de produção de leite que preserve o meio ambiente, reduzindo nossos efeitos sobre as mudanças climáticas, o consumo de energia e de água e preservando nossa biodiversidade”, destacou o administrador e Médico Veterinário do Grupo, Azael.
Dentre as práticas voltadas à sustentabilidade adotadas na fazenda, Azael destacou a agricultura regenerativa. “Buscamos a utilização da agricultura regenerativa. Com isso, temos a uma diversidade de espécies consorciadas de forrageiras, atribuindo o foco na melhor utilização do solo e dos recursos disponíveis, sem haver degradação”, pontuou, apontando também a utilização dos dejetos para adubação e redução de químicos nas pastagens. “No sistema a pasto, temos o enriquecimento da matéria orgânica do solo realizado pelos próprios animais. Foi observado nos últimos anos nitidamente uma grande melhoria do solo, contribuindo para menor utilização de adubação química. Algum excedente de dejetos acaba sendo destinado às áreas de produção de silagem também”.
O veterinário ressalta que, desde início do Grupo Kiwi, busca-se a aplicação de práticas sustentáveis. O sistema a pasto rotacionado trouxe uma melhoria para os solos em macro e micronutrientes e matéria orgânica, após 7 a 8 anos de adoção. “Vários são os benefícios atribuídos às técnicas de agricultura regenerativa na fazenda Kiwi Pecuária, como, por exemplo, o fato de conseguir reduzir o custo de produção, altamente impactado pelo custo da dieta. Sendo assim, com a melhora dos solos, conseguimos pleno desenvolvimento das pastagens na estação seca e chuvosa com a utilização de pivô central de irrigação”, disse.
O administrador da propriedade ressaltou também que o meio ambiente retorna em benefícios para a fazenda quando se adota práticas sustentáveis. “O fator mais motivador é observar o retorno do próprio meio ambiente para a fazenda quando se pratica a sustentabilidade, seja com o aumento das águas para podermos irrigar nos períodos críticos, a melhoria nos solos que nossos próprios animais fazem para melhor desenvolvimento das pastagens e conseguir, através de várias estratégias, produzir um alimento tão nobre para a sociedade que é o leite. Acreditamos que todo sistema de produção precisa ser sustentável, nosso foco é muito grande no manejo do solo, pois estando saudável e não sendo degradado, com o passar dos anos, nos mantém competitivos no setor de produção de leite, como menor dependência de uso de insumos externos.”
Como planos, Azael diz que pensa em incrementar a prática de agricultura regenerativa com novas cultivares. “Pensamos em continuar com a agricultura regenerativa, com foco em novas e diferentes cultivares que possam se adaptar ao centro-oeste brasileiro. Espécies fixadoras de nitrogênio para diminuir ou anular a utilização de nitrogênio para o cultivo de nossas pastagens. Evoluir para uma fonte de energia renovável para as fazendas, por biodigestor, energia fotovoltaica, e outras práticas sustentáveis também estão em nossos planos futuros”, conclui ele.
E você, pratica ou conhece alguma propriedade que realiza ações voltadas à sustentabilidade? Conta pra gente nos comentários!