Originário da Índia, o Guzerá se destaca como um símbolo de excelência genética e versatilidade, trazendo contribuições significativas para a produção de carne e leite no Brasil; conheça agora essa raça querida pelos produtores brasileiros
"importância como uma raça de dupla aptidão e sua relevância para a sustentabilidade e o desenvolvimento do setor agropecuário nacional"

A introdução das raças zebuínas na pecuária brasileira marcou um ponto crucial na história agrícola do país, trazendo consigo uma herança de adaptabilidade e resistência às condições climáticas desafiadoras.

Entre essas raças, o Guzerá se destaca como um símbolo de excelência genética e versatilidade, trazendo contribuições significativas para a produção de carne e leite no Brasil. Originário da Índia, o gado rapidamente se adaptou ao ambiente brasileiro, demonstrando sua capacidade de prosperar em diferentes regiões do país.

Neste artigo da Compre Rural, exploraremos a trajetória histórica do Guzerá, suas características distintivas e seu papel na atualidade da pecuária brasileira, destacando sua importância como uma raça de dupla aptidão e sua relevância para a sustentabilidade e o desenvolvimento do setor agropecuário nacional.

Conheça a história do famoso Guzerá

Guzerá

A história do Guzerá remonta ao distrito de Kutch, no estado indiano de Gujarat, onde essa raça zebuína foi criada e selecionada ao longo de séculos para resistir às condições adversas do clima árido e seco da região. Sua introdução no Brasil remete-se a 1870, quando foi trazida pelo primeiro Barão de Duas Barras, marcando o início de sua jornada na pecuária brasileira.

Durante a Grande Seca de 1978-1983 no Nordeste do país, o Guzerá demonstrou sua resiliência ao ser a única raça zebuína a sobreviver às duras condições climáticas e de escassez de alimentos na região, consolidando sua reputação como uma raça adaptável e robusta.

O gado desempenha um papel significativo na pecuária brasileira, não apenas como uma fonte de carne e leite, mas também como um símbolo de resistência e tradição. Sua longa história de adaptação e seleção genética o tornou uma escolha valiosa para criadores que buscam animais capazes de prosperar em diversas condições ambientais. Além disso, a fundação da Associação Brasileira dos Criadores de Guzerá em 1956, com sede em Uberaba, Minas Gerais, destaca o compromisso dos criadores em preservar e promover a raça, assegurando sua continuidade e relevância na pecuária nacional.

Com suas características únicas e versatilidade como raça de dupla aptidão, os bovinos continuam a desempenhar um papel vital na agricultura e na economia do Brasil. Seja na produção de carne de qualidade, leite rico em nutrientes ou como parte integrante do processo de cruzamento para o desenvolvimento de novas linhagens, o Guzerá destaca-se como um dos pilares da pecuária brasileira, mantendo viva uma herança genética que atravessa gerações e continua a contribuir para o progresso do setor agropecuário do país.

Principais características

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Foto: Divulgação

O Guzerá é reconhecido por uma série de características marcantes que o tornam uma escolha valiosa na pecuária brasileira. Confira algumas das principais:

Aparência física impressionante:

  • Chifres em forma de lira.
  • Pelagem variando de cinza claro a escuro, com aceitação de fêmeas brancas.
  • Porte imponente e cabeça erguida.

Adaptabilidade e resistência:

  • Capacidade de adaptação a diferentes climas e ambientes.
  • Resistência ao calor e à escassez de alimentos.
  • Adequação a áreas litorâneas férteis e regiões semiáridas.

Dupla aptidão:

  • Produção de carne de qualidade.
  • Produção leiteira notável.
  • Versatilidade para atender às demandas de diferentes segmentos da indústria pecuária.

Fertilidade e eficiência reprodutiva:

  • Taxa de reprodução mesmo em condições adversas.
  • Facilidade de reprodução e baixo peso ao nascer, facilitando o parto.

Contribuição para a pecuária brasileira:

  • Importância histórica como uma das primeiras raças zebuínas introduzidas no Brasil.
  • Resiliência demonstrada durante a Grande Seca de 1978-1983 no Nordeste do país.
  • Papel significativo na economia e na sustentabilidade da pecuária brasileira

Sucesso na dupla aptidão

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Foto Divulgação.

A dupla aptidão do Guzerá é uma das características mais distintivas e valorizadas dessa raça zebuína. Esse termo refere-se à capacidade do Guzerá de ser utilizado tanto na produção de carne quanto na produção leiteira, o que o torna extremamente versátil e vantajoso para os criadores.

Em relação à produção de carne, o gado apresenta características que o tornam uma escolha valiosa. Sua estrutura corporal musculosa e seu bom ganho de peso fazem com que seja uma opção excelente para a produção de proteína de qualidade. Além disso, sua resistência ao estresse térmico e sua adaptação a diferentes ambientes permitem que seja criado em diversas regiões do Brasil, contribuindo para a diversificação da produção pecuária.

Por outro lado, o Guzerá também é reconhecido por sua capacidade de produção leiteira. Embora não seja uma raça especializada em leite, muitos exemplares apresentam uma produção notável. As vacas são conhecidas por sua habilidade de produzir leite rico em nutrientes, o que as torna uma escolha interessante para criadores que desejam obter uma produção de lácteo de qualidade. Essa combinação de características torna o Guzerá uma raça verdadeiramente versátil e adaptável às necessidades específicas dos criadores brasileiros.

Cenário atual do gado no Brasil

No Brasil, o Guzerá é amplamente difundido e reconhecido como uma raça de gado zebuíno de alta qualidade. Com mais de 499.526 animais registrados até novembro de 2020, sua presença é notável em diversas regiões do país. Os exemplares destacam-se não apenas pela sua imponente presença física, mas também pelos impressionantes números de desempenho, segundo a média apresentada pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). Machos Guzerá atingem em média 187 kg na desmama, enquanto as fêmeas alcançam cerca de 175 kg.

Já ao final do sobreano, em regime de pasto, os machos apresentam um peso médio de 312 kg, enquanto as fêmeas chegam a 270 kg, demonstrando um ganho de peso consistente e robusto ao longo do tempo. Esses números impressionantes evidenciam a eficácia do Guzerá como uma raça versátil, capaz de prosperar em diferentes sistemas de produção e contribuir significativamente para a pecuária brasileira.

Curiosidades sobre o Zebu

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Touros Nelore – Foto: Divulgação

O zebu é uma categoria de gado que compreende diversas raças originárias da Índia e de regiões próximas. Essas raças são caracterizadas por suas adaptabilidades a ambientes quentes e áridos, bem como pela presença de uma corcova proeminente na região do pescoço e uma pele solta que ajuda na dissipação de calor. O termo “zebu” é frequentemente usado para se referir tanto às raças individuais de gado zebuíno quanto à categoria como um todo.

Essas raças de gado zebuíno, incluindo o Brahman, Nelore, Gir, Guzerá, entre outras, foram introduzidas em diferentes partes do mundo, incluindo o Brasil, onde se adaptaram com sucesso e se tornaram fundamentais para a pecuária. O zebu é reconhecido por sua resistência a doenças tropicais, sua capacidade de sobreviver em condições climáticas adversas e sua eficiência na conversão de pastagens em carne de alta qualidade. Como tal, desempenha um papel crucial na produção pecuária global, contribuindo para a segurança alimentar e a economia de muitos países.

Em suma, o Guzerá, como representante notável do grupo zebuíno, personifica a resiliência e a versatilidade que caracterizam a pecuária brasileira. Sua história rica, adaptabilidade excepcional e contribuições significativas para a produção de carne e leite destacam-no como uma raça de gado verdadeiramente valiosa. Com seus impressionantes números de desempenho e presença marcante em diversas regiões do país, o gado continua a ser um pilar fundamental na construção de um setor pecuário robusto e sustentável para o Brasil.

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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