A homogeneização é um processo fundamental para garantir qualidade, precisão e eficiência nas análises realizadas pela indústria de laticínios e de bebidas vegetais.
Sem essa etapa, os resultados dos testes perdem repetibilidade, impactando diretamente a consistência de produtos e as margens de lucro dos produtores.
O controle de qualidade no setor lácteo não é apenas uma exigência regulatória: ele garante que os consumidores recebam produtos com o mesmo sabor, textura e composição em cada compra.
De acordo com especialistas da PerkinElmer, a falta de controle sobre parâmetros como a concentração de gordura pode resultar tanto em desperdício de insumos quanto em perda de valor agregado.
Um exemplo claro é a manteiga: em diversos países, o produto só pode ser rotulado como tal se tiver entre 80% e 82% de gordura.
Valores abaixo desclassificam o produto; acima, significam excesso de matéria-prima desperdiçada. O mesmo ocorre com leite integral, semidesnatado e desnatado, em que a rotulagem precisa obedecer limites legais. A precisão, nesse caso, impacta diretamente o resultado econômico.
Diversificação e novos desafios
Nos últimos anos, a redução das margens no leite fluido levou grandes produtores a diversificar seu portfólio, apostando em itens de maior valor agregado, como iogurtes e cremes. Esses produtos, por serem mais complexos e viscosos, representam novos desafios analíticos.
Segundo Jackie Trudell, gerente global de mercado de alimentos da PerkinElmer, a demanda por análises confiáveis e repetíveis aumentou justamente pela necessidade de eliminar perdas e acelerar processos:
“Sabemos que a natureza complexa de produtos viscosos os torna mais difíceis de analisar. Processadores de laticínios precisam de instrumentos que consigam lidar com essa viscosidade, garantindo resultados precisos, sem risco de erro.”
Outro fator de transformação é o crescimento da categoria de bebidas vegetais, cujo mercado global deve avançar mais de 77% entre 2023 e 2027, alcançando US$ 44,2 bilhões.
Diferente do leite de origem animal, esses produtos estão sujeitos a maior variação por safra e por fonte agrícola, resultando em diferenças na concentração de componentes e em maior heterogeneidade das amostras.
O impacto da viscosidade
No caso de cremes, a viscosidade está diretamente ligada ao teor de gordura. Já em iogurtes, o fator decisivo é o tipo de cultura ou o tratamento aplicado durante a produção. Isso significa que até um iogurte zero gordura pode apresentar viscosidade comparável à de um creme.
“Um iogurte pode variar enormemente em textura – do bebível até o grego bem espesso, que muitas vezes apresenta líquido na superfície. Essa variação cria desafios analíticos”, observa Trudell.
A chave para reduzir essas dificuldades é a homogeneização, que uniformiza as partículas, reduz o tamanho dos glóbulos de gordura e evita variações que impactam a repetibilidade e a precisão das análises. Sem esse processo, a dispersão da luz durante a medição é alterada, comprometendo o resultado.
Uma solução em etapa única
Para análises de produtos lácteos e vegetais com até 55% de gordura, a tecnologia de Espectroscopia de Infravermelho por Transformada de Fourier (FTIR) se consolidou como referência. Investir em equipamentos que integrem a homogeneização ao fluxo de trabalho significa não apenas aumentar a confiabilidade, mas também ganhar eficiência.
Um exemplo é o LactoScope™ FT-A, da PerkinElmer, que combina FTIR de médio infravermelho com um homogeneizador embutido. O equipamento é capaz de analisar amostras complexas, como cremes e misturas de iogurte, em apenas 30 segundos, com coeficiente de variação abaixo de 1%.
“O tempo é essencial nesses ambientes. Mesmo com produtos mais viscosos, o FT-A consegue homogenizar e analisar em meio minuto. Esse é um diferencial fundamental”, reforça Trudell.
O instrumento conta ainda com a interface intuitiva do software ResultsPlus™ e com a solução em nuvem NetPlus™, que permite gerenciar remotamente uma rede de equipamentos em diferentes plantas, otimizando a tomada de decisão.
Graças ao design modular, os componentes podem ser substituídos no local, reduzindo o tempo de parada das linhas. A PerkinElmer também oferece suporte preventivo e orientação especializada para desenvolvimento de novos produtos.
Conclusão
À medida que a indústria láctea e de bebidas vegetais segue inovando e enfrentando pressões econômicas, a homogeneização se confirma como etapa indispensável para manter qualidade e rentabilidade.
Ao simplificar processos, sem abrir mão da precisão, os produtores têm mais condições de competir em mercados cada vez mais desafiadores.
*Adaptado para eDairyNews, com informações de Dairy Reporter