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14 out 2025
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A revolução dos laticínios está em curso: IA, proteínas híbridas e digitalização definem o futuro da produção e do consumo com foco em saúde e sustentabilidade.
🌱 Proteínas híbridas e IA: o novo DNA da indústria láctea
🌱 Proteínas híbridas e IA: o novo DNA da indústria láctea.

O setor lácteo global está passando por uma transformação profunda, impulsionada pela inteligência artificial (IA), pela digitalização e pelo avanço das proteínas híbridas.

À medida que os consumidores buscam produtos mais saudáveis, sustentáveis e funcionais, as empresas de alimentos aceleram o uso de tecnologias que redesenham a maneira como o leite e seus derivados são produzidos, processados e consumidos.

De acordo com o portal Food Ingredients First, a nova era dos laticínios é moldada por consumidores atentos à saúde digestiva, ao bem-estar e ao impacto ambiental dos alimentos. Essa tendência tem impulsionado o crescimento de categorias como os produtos sem lactose e os alimentos ricos em proteína, observa Emmi Martikainen, chefe de desenvolvimento de produtos da Valio R&D, na Finlândia.

“O consumo de produtos sem lactose cresce em vários mercados, impulsionado pela maior conscientização sobre o bem-estar digestivo”, afirma Martikainen. “Além disso, a tendência das proteínas continua forte. As pessoas entendem cada vez mais a importância da proteína de alta qualidade como parte de uma dieta equilibrada.”

Proteínas híbridas: a nova fronteira da nutrição

As proteínas híbridas surgem como uma das inovações mais promissoras da indústria. Elas combinam proteínas lácteas tradicionais, como o soro e a caseína, com fontes vegetais ou proteínas obtidas por fermentação de precisão.

Essa abordagem oferece ganhos em sustentabilidade, valor nutricional e experiência sensorial, atendendo à crescente demanda por rótulos limpos e produtos ecoeficientes.

Segundo um relatório da Innova Market Insights, os produtos lácteos com alegações de alto teor proteico representaram 14% dos lançamentos globais entre 2020 e 2025, seguidos pelos produtos sem glúten (13%) e sem aditivos ou conservantes (10%).

Para Bastian Hörmann, diretor global de marketing de doces, laticínios e nutrição especializada da ADM, a diversidade de fontes proteicas é um diferencial competitivo.

“Nossa pesquisa mostra que 86% dos consumidores acreditam que é mais saudável obter proteína de diferentes fontes. As bebidas híbridas, que combinam proteínas lácteas com soja ou ervilha, estão ganhando força”, explica.

Essas combinações reduzem a dependência da pecuária intensiva e ampliam as opções de formulações, abrindo caminho para uma nova geração de laticínios funcionais e sustentáveis.

IA e digitalização: o cérebro por trás dos novos laticínios

A inteligência artificial tornou-se uma aliada estratégica no desenvolvimento de produtos, na descoberta de ingredientes e na personalização nutricional. Com capacidade de analisar grandes volumes de dados, os modelos de IA identificam tendências de consumo, otimizam receitas e melhoram a segurança alimentar.

No campo da pesquisa, a IA está sendo usada para descobrir proteínas alternativas com estrutura e sabor semelhantes às do leite convencional, permitindo criar produtos com benefícios nutricionais equivalentes e menor impacto ambiental.

Hörmann ressalta que “as tecnologias avançadas são essenciais para o futuro dos alimentos, inclusive no setor lácteo. Ferramentas de IA ajudam a identificar cepas microbianas com maior eficiência de aplicação e melhor personalização.”

Martikainen, da Valio, reforça a importância da digitalização em toda a cadeia de valor do leite:

“A rastreabilidade da produção primária, o trabalho de sustentabilidade e o desenvolvimento de novos produtos dependem da integração digital e da inteligência artificial.”

Valio Food 2.0: IA e agricultura celular a serviço da sustentabilidade

A Valio, uma das líderes em inovação láctea na Europa, vem investindo pesadamente em pesquisa e desenvolvimento.

Seu projeto Food 2.0 integra IA e agricultura celular para criar um sistema alimentar mais sustentável. A iniciativa prevê um investimento de €100 milhões (US$ 114 milhões) em atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P&D).

O objetivo é claro: usar tecnologia de ponta para reduzir o impacto ambiental da produção láctea e atender à demanda global por alimentos mais éticos e saudáveis, sem abrir mão da qualidade sensorial que define o verdadeiro sabor do leite.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de Dairy Business

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