Dados da Pesquisa Trimestral da Pecuária, divulgados nesta quinta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam crescimento da produção de leite
Criação de animais na zona da mata em Jequié, sudoeste da Bahia. Foto: Mário Bittencourt / Bapress Jequié (BA), em 10 de outubro de 2012

 

Dados da Pesquisa Trimestral da Pecuária, divulgados nesta quinta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam crescimento da produção de leite e do abate de suínos na Bahia e a redução da produção de ovos de galinha e dos abates de bovinos e frangos.

Segundo a pesquisa, aquisição de leite cru na Bahia foi de 115,2 milhões de litros no 1º trimestre de 2019, 0,5% maior que a do 4º trimestre de 2018 (114,6 milhões de litros) e 2,1% superior à do 1º trimestre do ano passado (112,8 milhões de litros).

Este é o segundo melhor resultado para a produção baiana de leite desde 1997, quando se iniciou a série histórica da Pesquisa Trimestral do Leite do IBGE. A aquisição nos três primeiros meses do ano ficou menor apenas que a registrada no 1º trimestre de 2011 (118,7 milhões de litros).

A Bahia respondeu, no 1º trimestre de 2019, por 1,9% de todo o leite adquirido no país. Minas Gerais segue liderando amplamente a aquisição de leite, com 25,3% do total.

Em recuperação

Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Leite do Estado da Bahia (Sindleite), Paulo Cintra, “os dados do IBGE mostram uma recuperação que o setor está tendo, depois de um período de estiagem”.

No dia 8 de junho, o blog publicou reportagem que mostra que pecuária da Bahia está tendo novo impulso com a recuperação da pastagem, depois da seca atingiu o estado entre os anos de 2014 e 2015.

Somente na região de Itapetinga, a “capital da pecuária” na Bahia, a redução do rebanho por conta da seca foi 25% (de 2015 para 2016), de acordo com dados da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab). Itapetinga fechou 2018 com 120.547 bovinos, o 7º maior rebanho do estado, que soma 9.945.582 de cabeças de gado.

“Essa quantidade de leite produzida hoje é relativamente pequena, em relação ao que já produzimos em anos anteriores à seca que teve na Bahia e afetou nosso rebanho”, disse Cintra, segundo o qual hoje há 90 produtores e 150 laticínios ligados ao sindicato. Os maiores produtores de leite da Bahia estão na região de Itapetinga, sudoeste do estado.

De acordo com Cintra, uma das demandas do setor com relação ao Governo da Bahia hoje é com relação à fiscalização realizada pela Adab nos laticínios. Para ele, a Adab tem de dar chance para o produtor regularizar a situação ao invés de optar logo pela interdição.

“Estão ocorrendo muitas interdições. Hoje, por exemplo, foi em Wanderlei. Interditaram um laticínio que produz 5mil litros de leite por dia. Essa produção é de agricultura familiar”, comentou Cintra, segundo o qual “hoje na Bahia tem mais laticínio ilegal do que legal, esses é que têm que ser fiscalizados”.

Procurada, a Adab ficou de se manifestar em outro momento.

O abate de bovinos também teve resultados negativos na Bahia, no início deste ano. No 1º trimestre foram abatidas 277.606 cabeças de bovino no estado, uma queda de 7,5% em relação ao 4º trimestre de 2018 (quando 300.232 cabeças haviam sido abatidas), e 3,2% menos que o abatido no 1º trimestre de 2018 (286.846 cabeças abatidas).

No 1º trimestre de 2019, em todo o país, foram abatidas 7,89 milhões de cabeças de bovinos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária. Essa quantidade foi 1,6% superior à do 1° trimestre de 2018 e 3,6% inferior à registrada no trimestre imediatamente anterior.

A Bahia representa 3,5% do abate bovino nacional. Mato Grosso continua liderando, com 17,1% de participação no 1º trimestre do ano.

Suínos em confinamento (Divulgação)

Suínos em confinamento (Divulgação)

Abate de suínos

A pesquisa do IBGE aponta que os três primeiros meses de 2019 o abate de suínos na Bahia chegou a 31.067 animais e foi o único que mostrou algum resultado positivo no estado.

Apesar de ter recuado 17,2% frente ao 4º trimestre de 2018 (quando haviam sido abatidos 37,5 mil suínos), ficou 1,4% acima do registrado no 1º trimestre de 2018 (30,6 mil cabeças).

Representou, assim, o segundo melhor primeiro trimestre para a atividade na série histórica do IBGE (desde 1997), abaixo apenas do abate no 1º trimestre de 2016 (que havia sido de 31,3 mil cabeças).

No 1º trimestre de 2019, foram abatidas 11,31 milhões de cabeças de suínos em todo o Brasil, representando aumentos de 5,5% em relação ao mesmo período de 2018 e de 1,1% na comparação com o 4° trimestre de 2018.

Foi o melhor primeiro trimestre do abate nacional de suínos da série histórica. Santa Catarina segue liderando o abate de suínos, com 26,6% da produção nacional. A Bahia responde por apenas 0,3%. O blog não conseguiu contato com a Associação Baiana de Suinocultores (ABS) para comentar os dados.

Aves

Com relação aos frangos, no 1º trimestre de 2019 foram abatidos cerca de 28 milhões na Bahia, o que representou queda de 2,9% em relação ao 4º trimestre do ano passado, quando foram abatidas 28,9 milhões de aves.

Também houve recuo de 3,0% frente ao 1º trimestre de 2018, quando o abate de frangos no estado havia atingido seu recorde de 28.899.011 de aves abatidas.

Em todo o país, no 1º trimestre de 2019, foram abatidas 1,45 bilhão de cabeças de frangos. Houve queda de 2,0% em relação ao mesmo período de 2018 e aumento de 2,3% em relação ao trimestre imediatamente anterior.

O Paraná continua liderando o abate de frangos, com 32,3% da produção nacional no 1º trimestre do ano. A Bahia respondeu por 1,9% dos frangos abatidos no país nesse período.

No 1º trimestre, a produção baiana de ovos de galinha foi de 11 milhões de dúzias, representando queda de 6,7% em relação ao 1º trimestre de 2018 (11,8 milhões de dúzias) e recuo de 2,1% em relação ao último trimestre do ano passado (11,3 milhões de dúzias).

Em todo o país, a produção de ovos de galinha foi de 912,64 milhões de dúzias de ovos de galinha no 1º trimestre de 2019. Isso correspondeu a um aumento de 6,0% em relação ao 1º trimestre de 2018 e a uma queda de 3,1% em relação ao trimestre imediatamente anterior. Foi a maior produção em um 1º trimestre desde 1997.

São Paulo segue como maior produtor de ovos do país, 27,9% da produção nacional no 1º trimestre de 2019. A Bahia representa 1,2% da produção nacional.

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