ESPMEXENGBRAIND
1 set 2025
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O presidente da IDF, Gilles Froment, destaca o potencial chileno no setor lácteo e minimiza a ameaça dos produtos plant based.
🥛 Froment: setor lácteo seguirá dominando, mesmo com pressão vegetal
🥛 Froment: setor lácteo seguirá dominando, mesmo com pressão vegetal

Indústria láctea seguirá sendo protagonista no mercado global, mesmo diante da expansão dos produtos de origem vegetal.

Essa é a visão de Gilles Froment, presidente mundial da Federação Internacional de Lácteos (IDF, na sigla em inglês), que estará no Chile em outubro para liderar um encontro inédito do setor na América do Sul.

Em entrevista ao jornal El Mercurio, Froment afirmou que não vê os produtos plant based como uma ameaça estrutural à cadeia leiteira. Segundo ele, “negócios são negócios, e o consumidor é o rei, mas ele precisa decidir com base em informações corretas”.

O líder da IDF, que também ocupa o cargo de vice-presidente sênior de Relações Governamentais e Industriais da Lactalis Canadá, reforçou que o uso do termo “leite” para bebidas vegetais confunde parte do público.

“Condeno o uso da palavra ‘leite’ quando não se trata de um produto lácteo. Isso pode levar alguns consumidores a acreditar que estão adquirindo algo equivalente, quando na realidade não é”, disse Froment.

Ele citou o caso canadense em que uma manteiga plant based foi posicionada no mercado de forma semelhante à tradicional, sendo essencialmente uma margarina. “Não digo que seja um mau produto, mas não é manteiga”, completou.

O debate sobre a rotulagem e a comunicação de produtos vegetais também está em pauta no Chile.

A Associação de Produtores de Leite da Região de Los Ríos (Aproval) moveu uma ação contra a empresa NotCo, acusando-a de concorrência desleal por comercializar o produto “Not Milk” como se fosse um substituto direto do leite.

O caso está atualmente sob análise da Suprema Corte chilena. Froment, que diz não conhecer os detalhes jurídicos do processo, considera que “pode ser injusto chamar um produto de algo que ele não é”.

Apesar do crescimento observado nos últimos anos, o dirigente da IDF destacou que a categoria plant based mostra sinais de estabilização. “Nos últimos dois anos, ela vem se mantendo ou até caindo. Pessoalmente, não acredito que a indústria vegetal supere a láctea enquanto eu estiver vivo”, afirmou.

Além de discutir desafios globais como sustentabilidade, inovação e a concorrência de novos segmentos, a visita de Froment ao Chile tem caráter estratégico para a região.

Segundo dados do Consórcio Lechero local, a recepção de leite no país alcançou 2,404 bilhões de litros em 2024, um aumento de 2,8% em relação ao ano anterior. Apesar desse crescimento, o Chile ainda está distante dos maiores produtores mundiais, ficando fora do top 20 global.

Para Froment, entretanto, tamanho não é sinônimo de liderança. “Você não precisa ser grande para ser um líder. O Chile tem feito avanços significativos na modernização de sua indústria láctea e adota um enfoque sustentável com o compromisso de todos os atores”, disse.

Ele ressalta que o país possui terras, clima e talento para se tornar um exportador relevante de produtos lácteos no futuro.

“A chave será investir em infraestrutura, educação e um marco de sustentabilidade que permita que esse potencial se materialize de forma responsável”, concluiu.

O evento da IDF em Santiago reunirá representantes de toda a cadeia global de lácteos, que representa cerca de 70% da produção mundial. Para a federação, a escolha do Chile reflete o interesse crescente em impulsionar a produção e a inovação em mercados emergentes da América Latina.

*Adaptado para eDairyNews, com informações de seu Content Partner Fedeleche

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