Importações de leite |No jogo do comércio internacional, nenhum país quer depender de outro país, as nações sempre tentarão sua auto suficiência alimentar, garantindo assim a segurança alimentar da sua população. A autossuficiência se dá por meio de estímulo, subsídios e proteção da produção nacional.
Países não se tornam importadores porque querem, somente por necessidade.
Diante disso, observando o abrupto aumento de 300% na importação de leite pelo Brasil de países vizinhos, Argentina e Uruguai, você pode estar se perguntando: faz sentido importar leite de países vizinhos, correndo o risco de “quebrar” os pequenos e médios produtores nacionais? O que pode parecer uma incoerência, está abalando a pecuária leiteira nacional.
Segundo o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), somente no primeiro semestre de 2023 o Brasil importou 1 bilhão de litros de leite, 300% mais que o total importado no mesmo período de 2022.
Nosso país está importando leite em pó de países que conseguem produzir a custos mais baixos que o nacional. Mas será que vale a pena sacrificar a produção nacional e nos tornar dependentes novamente de importações?
Na Argentina a produção é realizada em grandes propriedades com manejo intensivo e profissional que se destaca, pelo elevado nível tecnológico, são cerca de 10 mil fazendas de leite produzem 11 bilhões de litros de leite por ano, enquanto o Brasil produz 35 bilhões de litros de leite por ano pulverizados em 1 milhão de pequenos produtores não tecnificados, que tem no leite muitas vezes uma renda secundária e profundamente vulneráveis ao livre mercado.