As importações da China caíram 29% em junho em relação ao ano anterior e o setor de laticínios do Uruguai está sofrendo outro golpe em meio a baixos embarques de leite e problemas para exportar não apenas para a China, mas também para o Brasil, seu principal comprador.
No mês passado, o gigante asiático comprou um total de 912.933 toneladas por um valor de US$ 1,006 milhão, o que significou uma queda de 29% em termos de volume e 12% em termos de valores.
A China é o principal comprador mundial de leite em pó e registrou uma queda de 25,5%, com a venda de 50 toneladas a menos do que em junho do ano passado. Enquanto isso, o leite em pó desnatado também sofreu uma queda de 44% nas importações.
Quanto à relação com o Uruguai, o diretor da Conaprole, Daniel Laborde, comentou que cada vez menos produtos estão sendo exportados para a China. “Temos exportado muito pouco para a China, que costumava ser o segundo principal mercado. Hoje não está entre os 15 principais”, disse ele.
“O fato de a China não aparecer no mercado é a razão para essas quedas nos preços do leite em pó integral, leite desnatado, queijo e manteiga”, acrescentou.
Nesse sentido, as importações de lácteos do Brasil caíram 23% em maio e atingiram o nível mais baixo em 12 meses. De acordo com dados da Comex Stat publicados pelo Milkpoint, foram importados 146,3 milhões de litros de leite equivalente, o menor volume dos últimos doze meses. Entre os produtos que registraram a maior queda estão o leite em pó integral, com 31% do declínio, e o leite em pó desnatado, com uma queda de 38%.
Enquanto isso, de acordo com um relatório do Instituto Nacional do Leite (INALE), as vendas de exportação caíram em junho em comparação com o mesmo período, uma queda que foi puxada pelo leite em pó integral e pelo queijo. Assim, com um saldo negativo de 13%, no mês de junho foi alcançado um faturamento de US$ 60,6 milhões, enquanto o valor acumulado no primeiro semestre deste ano foi de US$ 385,3 milhões.