É importante ressaltar que a importação de produtos lácteos, pela média diária, vinha em patamares elevados e alcançou o volume recorde no mês de fevereiro de 2025.
Foram registradas duas quedas consecutivas desde então e as compras até a 4ª semana de abril caíram 27% na comparação com o volume de dois meses atrás.
Caíram os volumes importados de produtos das categorias Leite (-6,9%) e Queijos (-8,2%).
O maior recuo, no entanto, foi apresentado nas compras de Manteiga, -50%.
Embora seja uma categoria com pouca representatividade no comércio exterior brasileiro de produtos lácteos, ela mostra a dificuldade de o Brasil responder às cotações do mercado externo.
O aumento da demanda no cenário internacional e a baixa oferta fez com que o preço de importação da manteiga saltasse 44,7% entre abril de 2024 e abril de 2025.
E, curiosamente, desde outubro do ano passado, as exportações de manteiga aumentaram, fazendo com que a categoria praticamente alcançasse o equilíbrio na balança comercial neste início de ano.
De janeiro a abril de 2025, a média diária de Manteiga importada foi de 43 toneladas, e a média diária exportada 38 toneladas. No mesmo período de 2024, foram 69 toneladas médias diárias de Manteiga importadas e 6 toneladas exportadas.
Mas o Brasil continua tendo uma desvantagem acentuada nos preços de importação e exportação.
A diferença, neste mês de abril está em quase US$ 2.300 a tonelada a menos do preço de exportação da Manteiga, em relação ao preço de importação.
Além disso, os preços médios de exportação caíram 8% de abril de 2024 para abril de 2025, enquanto os de importação subiram 44,7%, na mesma comparação.
Então o quase equilíbrio, em volume, não se reflete no valor. Enquanto o volume de Manteiga exportado representa
87% do volume importado, o valor médio das exportações corresponde a apenas 69% das importações.
Em menor grau, a defasagem se repete com a principal categoria: Leite.
Enquanto o volume exportado de produtos da categoria Leite representa 20% das importações, em dólares, as exportações são apenas 13% das importações.
O saldo negativo da balança comercial caiu tanto na comparação interanual, como mensal.
A média diária, que no mês de abril de 2024 foi de US$ 3.722 mil, caiu, para – US$ 3.527 mil até a 4ª semana de abril de 2025, redução de 5,2%.