A competitividade do leite do Mercosul no mercado brasileiro é determinada, em grande parte, pela relação de preços entre o nosso mercado interno e os países de origem, Argentina e Uruguai. As importações não são fáceis de travar.
importações
Porque é que não é fácil implementar políticas proteccionistas?

As importações de leite para o Brasil provêm principalmente Argentina e Uruguai. Isso se deve à aplicação da Tarifa Externa Comum (TEC) de 28% sobre os lácteos provenientes de outras origens, o que torna esses produtos pouco competitivos no mercado brasileiro.

A competitividade do leite do Mercosul no mercado brasileiro é determinada, em grande parte, pela relação de preços entre o nosso mercado interno e os países de origem, ou seja, Argentina e Uruguai.

Observa-se uma clara tendência de aumento nas importações sempre que os preços do leite ao produtor no Brasil, em dólares, se elevam em relação aos preços do Mercosul. O inverso também é verdadeiro.

Particularmente quando nosso preço interno, em dólares, fica 20% acima ou mais em comparação ao leite dos países vizinhos, ocorre uma entrada relevante de leite importado.

Devido ao intervalo de tempo entre a contratação das importações e a efetiva chegada do produto ao mercado brasileiro (geralmente entre 30 e 60 dias, dependendo da operação e do contexto de mercado), há um efeito “inercial” nos volumes importados.

Uma decisão de importação tomada agora terá impacto no volume de leite importado em um prazo de 30 a 60 dias.

Assim, é possível que mesmo em um momento de queda nos preços internos, observemos um aumento no volume de leite importado, porque a decisão de compra desse leite foi tomada 30 ou 60 dias antes, provavelmente em um momento em que a redução nos preços internos ainda não estava acontecendo.

Porque é que não é fácil implementar políticas proteccionistas?

No contexto atual, as medidas governamentais de proteção parecem apresentar complicações, uma vez que as taxações violam o acordo do Mercosul, que abrange não apenas o comércio de leite, mas também uma variedade de outros produtos, acarretando em consequências significativas.

A possibilidade de acordos entre os países, como limitar as quantidades importadas, como ocorreu anteriormente com a Argentina, parece menos provável nos dias de hoje.

Uma das questões em jogo é o interesse do governo brasileiro em manter boas relações com os países limítrofes, como parte de sua estratégia para se posicionar como um importante ator político regional.

Um detalhe não menos relevante e que a atual prioridade do governo é a redução das taxas de juros, e a contínua diminuição da inflação desempenha um papel fundamental nesse sentido.

Medidas que possam elevar a inflação, como dificultar a entrada de leite mais barato, serão rejeitadas.

Outra forma de reducir as importações

Uma alternativa para diminuir o ímpeto das importações é reduzir as discrepâncias de preços, especialmente por meio da correção dos preços internos, o que já está em curso para os produtos lácteos. Mas possivelmente não seja a abordagem ideal, é assim que os mercados operam.

Embora a produção de leite no Uruguai seja modesta, devido ao seu tamanho populacional reduzido, uma proporção significativa é destinada à exportação.

Cerca de 437 milhões de litros desse volume exportável encontram seu caminho para o Brasil, respondendo por aproximadamente 40% das exportações uruguaias.

Em teoria, ainda restariam cerca de 656 milhões de litros que poderiam deixar de ser exportados para outros países, mas que provavelmente já têm compromissos assumidos.

Além disso, as exportações para o Brasil, pagam um preço superior em comparação a outros países compradores, pela Tarifa Externa Comum de 28%.

Adicionalmente podemos antecipar um aumento na oferta de leite nos próximos meses no Uruguai, devido à safra em andamento e às favoráveis condições econômicas que envolvem a atividade no momento atual.

Na Argentina, a produção de leite é significativamente maior, atingindo 11,6 bilhões de litros por ano, porém, 75% desse volume é consumido internamente, restando 2,9 bilhões de litros disponíveis para exportação.

O Brasil recebe 39% dessas exportações, o que permite espaço para um aumento, considerando as mesmas ressalvas que para o caso uruguaio.

O problema é que a nossa demanda por leite está diminuindo.

 

*Com informações do MilkPoint

 

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