A equipe de analistas da Mui Markets, espalhada por todo o globo, mantém um olhar atento sobre as atividades do mercado para ajudar compradores e vendedores a acompanharem as dinâmicas do mercado. Recentemente, os especialistas globais da Nui foram questionados sobre suas percepções e a situação atual do mercado em suas regiões:
Estados Unidos
“Foi um ano de pernas para o ar”, disse Ron O’Brien, presidente da Nui Markets da América do Norte.
O mercado de lácteos dos Estados Unidos da América (EUA) viu significativas flutuações de preços nos últimos meses, diante dos temores sobre a oferta global e a realidade dos mercados. O risco de seca na Oceania diante do padrão de tempo El Niño, aliado à queda da produção nas regiões de leite Classe IV nos EUA, provocou aumento de preços com base em preocupações relacionadas à oferta.
Os preços dos pós subiram e os preços da manteiga atingiram recordes no início do outono, antes de caírem. A oferta de queijo está forte no início do novo ano, e isto, junto com o potencial reengajamento da China ao mercado do leite em pó e a continuação dos esforços do México para a compra de produtos desengordurados, poderá reduzir um pouco a volatilidade dos preços.
“Devemos ver mínimos e máximos mais baixos nos próximos meses”, disse O’Brien. Mas o mundo está de ponta cabeça neste momento, com muitos temores e turbulências na demanda, mais do que do lado da oferta”.
Oceania
O comércio global apresentou tendência descendente no último trimestre de 2023 em decorrência da fraca demanda da China e de outras partes do Sudeste Asiático.
“Observa-se que houve uma queda do leite em pó integral pela China e uma desaceleração até mesmo do leite em pó desnatado”, disse para a Nui Markets, Ashwini Law, diretor regional da APAC. “É óbvio que estão acontecendo coisas do lado da demanda. A China e Hong Kong têm uma grande influência na região, e o Sudeste Asiático também diminuiu seu desempenho”.
União Europeia
“O ano de 2023 está sendo notavelmente normal, até agora”, disse Anthony Gosler, representante de ingredientes lácteos da Nui Markets na Europa.
A União Europeia (UE) está vindo de condições extremas de mercado iniciadas pela pandemia de Covid-19, e agravada com o conflito Rússia x Ucrânia. Ambos movimentos mudaram o equilíbrio das importações e exportações no continente. Os dois eventos trouxeram desafios para as indústrias de laticínios devido a problemas de pessoal que foram resquícios da pandemia e o corte do fornecimento de gás procedente da Rússia, fazendo com que os custos de secagem aumentassem significativamente.
As incertezas políticas alimentam incertezas futuras. A guerra entre a Rússia e a Ucrânia continua prejudicando a dinâmica das exportações, enquanto que, a ascensão de partidos políticos mais à direita pode afetar as políticas ambientais, historicamente, rigorosas. A redução das normas de restrições ambientais irá impactar na produção e colocar mais produto no lado da oferta.
México
“Este foi um ano particularmente diferente”, disse Manuela Saldarriaga, Gerente de Desenvolvimento de Negócios da Nui Markets, para a América Latina (LATAM) e Oriente Médio e Norte da África (MENA).
“Estamos vendo queda nas importações, mas a expectativa é de que esses números se recuperem, e que o ritmo retorne ao normal entre dezembro e janeiro”.
As importações mexicanas de leite em pó integral continuaram crescendo em 2023, e a expectativa é de que esse movimento permaneça em 2024, já que as preferências dos consumidores continuam mudando.
“O grande desafio para os comerciantes de nosso país é encontrar o ponto do preço certo”, disse Saldarriaga. “Existe muita especulação quando fatos macroeconômicos ou geopolíticos acontecem, e impactam nas decisões sobre importação. Na segunda metade do ano o mercado buscava encontrar uma direção, depois da volatilidade dos preços ocorrida nos EUA”.
Brasil
“A situação nos 12 últimos meses no Brasil foi a grande dependência dos mercados mundiais para cobrir suas necessidades, principalmente de leite em pó, devido à grande assimetria de preços”, disse Otávio A.C. de Farias, Diretor de Vendas da Nui Markets no Mercosul. “E estamos vendo uma grande resistência dos produtores de leite que reclamam dessas importações”.
A chave para a animosidade é a compra massiva de lácteos a preços baixos, que pressiona o preço do leite ao produto no mercado doméstico – mas o leite importado pode não ser o único culpado para o preço baixo. Também a queda na demanda do consumidor que resiste em pagar os elevados preços do queijo, do leite em pó e do Longa Vida (UHT), o que pressionou toda a cadeia de valor durante o ano de 2023. O governo brasileiro vem trabalhando para reduzir as diferenças de preço, implementando cortes significativos nos benefícios fiscais oferecidos às indústrias de laticínios que importam leite em pó, em um esforço para tornar os produtos nacionais mais atraentes. Isso cria pressão adicional sobre as indústrias de laticínios que precisam importar produtos para atender as exigências de produção.
Valor da transparência de preços
Independentemente da região ou do mercado global, compradores e vendedores valorizam a transparência dos preços. Mercados lácteos flutuam a qualquer momento. Isto significa que compradores e vendedores devem monitorar os dados em tempo real para se manterem a par das mudanças dinâmicas do mercado.
“Atribuímos um enorme valor em ajudar nossos fornecedores a transportar os seus produtos, bem como em dar transparência aos preços de mercado nos principais destinos”, afirma O’Brien. “Nossa plataforma está ajudando a conectar nossos clientes do lado da compra e da venda de forma organizada e eficiente em termos de tempo, que beneficia ambos”.
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