ESPMEXENGBRAIND
6 ago 2025
ESPMEXENGBRAIND
6 ago 2025
Com genética tropical e vacas recordistas, Brasil entra no Top 5 global, mas enfrenta gargalos que limitam seu avanço no setor.
Com o aumento do preço do leite integral, que chegou a R$ 10 reais em São Paulo, incentivou muitos consumidores a buscarem por alternativas mais baratas, como a bebida láctea que era vendida por cerca de R$ 4,75 reais. Índia, Brasil

A produção de leite no mundo segue concentrada nas mãos de poucos países, e a Índia, mais uma vez em 2025, lidera com ampla vantagem.

O país asiático produz sozinho cerca de um quarto de todo o leite do planeta, superando os 239 milhões de toneladas anuais e consolidando sua posição como maior produtor mundial.

No cenário global, o Brasil alcança um novo recorde histórico e entra no Top 5, mas ainda opera abaixo do seu potencial produtivo.

Segundo os dados mais recentes, o ranking de produção de leite em 2025 é liderado por Índia, Estados Unidos, Paquistão, China e Brasil:

  • Índia – 239 milhões de toneladas
  • Estados Unidos – 102 milhões de toneladas
  • Paquistão – 62 milhões de toneladas
  • China – 40 milhões de toneladas
  • Brasil – 35 milhões de toneladas

Potência tropical em crescimento

A entrada do Brasil entre os cinco maiores produtores de leite do mundo evidencia o avanço da pecuária leiteira nacional.

O país atingiu 35 milhões de toneladas anuais, número que marca um recorde histórico e reflete investimentos em genética adaptada ao clima tropical, melhoria no manejo e nutrição animal.

A raça Girolando, desenvolvida para se adaptar ao clima brasileiro, tem desempenhado papel central nesse crescimento.

Criada a partir do cruzamento entre o gado Gir (zebuíno) e o Holandês (taurino), ela une rusticidade, resistência ao calor e alta capacidade leiteira.

Essa genética tem garantido resultados notáveis, inclusive em recordes de produção por vaca.

Vacas brasileiras entre as mais produtivas do mundo

Em 2020, a vaca Marília FIV Teatro de Naylo, da raça Girolando, entrou para o Guinness World Records ao produzir impressionantes 127,6 litros de leite em 24 horas, superando a lendária Ubre Blanca, vaca cubana que detinha o recorde desde 1982 com 121,6 litros.

Três anos depois, o Brasil voltou a surpreender: a vaca Poesia, também Girolando, atingiu a marca de 144,2 litros de leite em um único dia durante um torneio leiteiro em Minas Gerais.

O feito, embora ainda aguarde homologação oficial, é reconhecido como a maior produção diária já registrada.

Esses números reforçam o potencial genético e técnico da pecuária leiteira brasileira, destacando o país não apenas em volume total, mas também em produtividade individual.

Os desafios que ainda freiam o Brasil

Apesar dos avanços, a produção brasileira de leite ainda enfrenta importantes gargalos estruturais que impedem o país de alcançar patamares mais altos no mercado global:

  • Baixa produtividade média por vaca – Em muitas propriedades, a produção ainda é inferior a 10 litros/dia por animal, reflexo de genética limitada e manejo deficiente.
  • Falta de assistência técnica – Pequenos e médios produtores têm pouco acesso a profissionais especializados.
  • Alto custo de produção – Alimentação, energia e insumos pesam no orçamento do produtor.
  • Infraestrutura precária – Estradas ruins, logística ineficiente e armazenamento inadequado comprometem o escoamento.
  • Baixa adoção de tecnologia – O uso de ordenhadeiras eficientes, resfriamento adequado e softwares de gestão ainda é limitado.
  • Oscilação nos preços pagos ao produtor – A instabilidade desestimula investimentos de longo prazo.
  • Concorrência internacional – Países com menores custos de produção pressionam os preços no mercado interno e externo.

Caminho para o futuro: produtividade com sustentabilidade

Para manter-se competitivo, o Brasil precisa aumentar sua produtividade de forma sustentável, atendendo às exigências do consumidor moderno e dos mercados internacionais, que valorizam não apenas volume, mas também qualidade do leite, bem-estar animal e responsabilidade ambiental.

O avanço da pecuária leiteira depende de políticas públicas eficazes, maior acesso à tecnologia e valorização do produtor rural.

O Brasil tem clima favorável, disponibilidade de terras e conhecimento técnico. Falta integrar melhor esses ativos para transformar potencial em resultados consistentes.

A entrada no Top 5 mundial é motivo de comemoração, mas também um sinal de alerta: é hora de profissionalizar, inovar e tornar o leite brasileiro ainda mais competitivo no cenário global.

*Adaptado para eDairyNews, com informações de CompreRural

Te puede interesar

Notas Relacionadas