O Estado de Goiás deu um passo importante no que se refere a aspiração dos produtores, que pedem a antecipação do preço de leite para todo dia 25 de cada mês. A penúltima reunião nesse sentido aconteceu no início da semana passada, 29 de julho, na Secretaria de Agricultura e Abastecimento em Goiânia, entre representantes dos produtores, das indústrias e do governo de Goiás, com as presenças do Secretário de Agricultura e Abastecimento, Antônio Carlos de Souza Lima Neto e da Secretária de Economia, Cristiane Alkmin Junqueira Schmidt.
Por sugestão do Secretário Antônio Carlos de Souza Lima Neto, foi definida a criação de um novo modelo que pudesse cientificamente, apresentar números a serem divulgados baseados na formação de uma cesta de produtos a ser definida como referência para o preço do leite em Goiás. Por outro lado, por sugestão da Secretária de Economia Cristiane Alkmin, foi escolhido pelas partes, o Instituto Mauro Borges, referência em Goiás em termos de dados econômicos para realizar a planilha de custos.
A reunião aconteceu em Goiânia, na sede da Secretaria de Agricultura e depois foi estendida, – no último final de semana, – para o Palácio das Esmeraldas sede do governo goiano, com a presença do Governador Ronaldo Caiado. Esse assunto vem sendo debatido ao longo do semestre entre as partes, mas as definições só começaram nos dois últimos encontros.
Os produtores de leite alegam que precisam saber com antecipação o preço do leite entregue aos laticínios para que possam se programar para o mês subsequente, no que se refere a gastos na produção. Ficou definido que todo dia 25 de cada mês, as indústrias de laticínios vão antecipar o quanto pagarão pelo leite, mediante um estudo de preços de vendas da cesta básica de produtos lácteos.
Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado de Goiás – Sindileite, Alcides Augusto da Fonseca, nesse mês de agosto no dia 25, ainda não será possível definir com exatidão, qual será o preço pago aos produtores, porque o Instituto Mauro Borges ainda não terá realizado esses estudos científicos. Porém, os produtores de leite já poderão saber se haverá aumento, baixa ou estabilidade do preço para o próximo mês, em relação ao último pagamento por ele recebido. Para Alcides, essa iniciativa que Goiás vai adotar, pode ser até mais ágil e mais próxima da realidade que o sistema adotado no Sul do País, denominado Conseleite que tem como moderadores, as universidades federais.
Indagado sobre quais são os produtos da cesta básica que servirão de parâmetro, Alcides acha que possivelmente serão os que mais se fabricam em Goiás, tais como, leite condensado, leite UHT (leite de caixinha), leite em pó e queijos industrializados.
Os produtores têm reivindicado também que sejam feitos contratos entre eles e as indústrias para a entrega do leite, alegando que isso, de certa forma, dará segurança para continuarem a produzir. Sobre essa questão, em depoimento à imprensa na Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás, o próprio presidente da Comissão de Pecuária de Leite dessa entidade, José Renato Chiari, disse que no futuro, essa pretensão poderá ser consolidada já que estará sempre na pauta de reivindicações.
O governador de Goiás Ronaldo Caiado por sua vez, tem se manifestado também a favor de um entendimento amplo entre os elos da cadeia láctea, principalmente produtores e laticínios. Com a última reunião realizada no Palácio das Esmeraldas, Caiado disse que o exemplo de Goiás poderá se tornar referência para o resto do Brasil, pois produtores e indústrias estão buscando maior harmonia e isso é bom para o País, que está articulando uma série de contratos comerciais internacionais e para que esse objetivo seja um sucesso, produtores de leite e industriais precisam ser valorizados, – finalizou o governador goiano.