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3 jul 2025
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Diretora de Processamento da Tetra Pak Brasil defende modernização da indústria de lácteos, com tecnologia acessível, eficiência e menor impacto ambiental.
Lácteos. Modernizar processos e adotar equipamentos de alta eficiência energética e automação traz benefícios concretos.
Modernizar processos e adotar equipamentos de alta eficiência energética e automação traz benefícios concretos.

Mesmo sendo uma das cadeias produtivas mais tradicionais do agronegócio, o setor lácteo precisa, cada vez mais, romper com o passado e olhar para o futuro.

É o que defende Ana Paula Forti, Diretora de Processamento da Tetra Pak Brasil, ao ressaltar que inovação e sustentabilidade não são mais diferenciais — são condições para garantir a competitividade no mercado.

“O consumo de leite faz parte da rotina de 80% da população mundial”, destaca a executiva, citando dados da Global Dairy Platform. Mas, segundo ela, a estrutura industrial segue, em grande parte, baseada em práticas consolidadas, que mudaram pouco ao longo do tempo.

Essa realidade contrasta com o comportamento do novo consumidor. “Hoje, as pessoas estão muito mais atentas à origem, à composição e ao impacto dos alimentos. Elas buscam produtos alinhados aos seus valores: mais saudáveis, sustentáveis e que preservem a conveniência e o frescor”, afirma Ana Paula.

Nesse contexto, investir em inovação deixou de ser opcional. Segundo a especialista, modernizar processos e adotar equipamentos de alta eficiência energética e automação traz benefícios concretos.

Tecnologias de digitalização e monitoramento em tempo real já estão disponíveis e permitem ganhos de produtividade, redução de perdas, economia de insumos e maior previsibilidade.

Mas a transformação vai além da planta industrial. Um dos grandes desafios e oportunidades do setor está na redução do impacto ambiental. “Hoje, existem soluções para otimizar o uso da matéria-prima, reduzir o consumo de água e energia e aproveitar subprodutos do leite, o que gera impacto positivo tanto no meio ambiente quanto na rentabilidade”, explica.

Ana Paula também derruba o mito de que as novas tecnologias são exclusivas das grandes indústrias. “Com o avanço tecnológico, muitas inovações se tornaram acessíveis a pequenos e médios produtores. É possível ter eficiência, segurança e sustentabilidade sem comprometer o custo-benefício”, pontua.

Para ela, a modernização da indústria láctea pode (e deve) acontecer em etapas, com atualizações constantes de processos e mentalidades. “Não precisa ser uma revolução radical.

Pequenos passos já fazem diferença. O importante é ter atenção às tendências, abertura para o novo e disposição para investir em soluções que trazem retorno, muitas vezes em curto prazo”, afirma.

Quem é Ana Paula Forti

Engenheira Química pela Escola de Engenharia Mauá e com pós-graduação em Administração pela FGV, Ana Paula está na Tetra Pak desde 2010. Atuou como Gerente de Projetos em Monte Mor (SP) e, desde 2022, ocupa o cargo de Diretora de Processamento no Brasil.

Futuro em construção

Para Ana Paula, o futuro dos laticínios depende das decisões tomadas hoje, com base em dados, visão de longo prazo e disposição para sair do lugar comum. Em tempos de consumidores mais exigentes e de pressão por eficiência e sustentabilidade, o setor lácteo brasileiro precisa inovar para não ficar para trás.

 

*Adaptado para eDairyNews, com informações de Food Connection

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