ESPMEXENGBRAIND
11 ago 2025
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O investimento no setor de laticínios na África ganha força com projetos na Egito, África do Sul, Quênia e Nigéria, impulsionando crescimento até 2028.
Fatores como o crescimento demográfico, urbanização acelerada e mudanças no padrão alimentar criam "potencial significativo de investimento". Africa
Fatores como o crescimento demográfico, urbanização acelerada e mudanças no padrão alimentar criam "potencial significativo de investimento".

Investimentos em laticínios na África são cada vez mais visíveis, com o setor ganhando atenção global e projeções de valor superior a US$ 14 bilhões até 2028.

Esse cenário reflete o apetite dos investidores por um mercado com grande potencial e crescimento sustentável em alimentação e nutrição.

Investimentos em laticínios na África ainda enfrentam um ponto de partida baixo: a produção e o consumo de leite per capita no continente estão bem abaixo da média global — cerca de 5% da produção e 35 litros por pessoa por ano, segundo Paul Makube, economista agrícola sênior da FNB, da África do Sul.

No entanto, fatores como o crescimento demográfico, urbanização acelerada e mudanças no padrão alimentar criam “potencial significativo de investimento” que pode elevar o valor do setor para US$ 14,36 bilhões até 2028.

Principais mercados e iniciativas recentes

Diversos países africanos já começaram a atrair investimentos significativos:

  • Egito: O grupo Beyti, subsidiária da Almarai, concluiu uma expansão no valor de US$ 123 milhões (EGP 6 bilhões) para adicionar duas linhas de produção de laticínios com capacidade anual de 100 mil toneladas, elevando o total para 28 linhas. Essa expansão busca reduzir os US$ 1,2 bilhão gastos com importações entre 2014 e 2023 e tem como meta alcançar US$ 50 milhões em exportações.

 

Além disso, em maio de 2025, Beyti assegurou um empréstimo sustentável de US$ 36 milhões junto ao HSBC, com metas claras de redução de emissões, uso de água e resíduos até 2026 — um passo importante para alinhar o setor de laticínios ao desenvolvimento ESG.

  • África do Sul: O banco FNB destaca que muitos investimentos são necessários em infraestrutura de processamento e cold chain, sendo que boa parte deve vir de fontes externas. Além disso, aquisições como a da Clover Industries pela Milco SA, e investimentos da Schreiber Foods e EXEO Capital (Fairview Cheese), fortalecem o ecossistema local.
  • Quênia: O governo investiu cerca de US$ 5,16 milhões em uma nova planta de processamento de leite, incentivando a modernização da cadeia de laticínios.

Participação das grandes empresas globais

  • Nestlé mantém investimentos ativos na África do Sul, incluindo atualizações fabris em Estcourt e Mossel Bay, além de iniciativas de transformação digital para modernizar operações.
  • Danone foca em fortalecer capacidades locais de fornecimento no Nigéria, diminuindo a dependência de leite em pó importado e ampliando o uso de leite fresco da região. A empresa prevê um “boom exponencial” na demanda por proteínas até a próxima década, com o leite tendo papel central na nutrição sustentável.

Desafios e oportunidades para desbloquear o potencial

Apesar do cenário promissor, a África ainda enfrenta entraves significativos:

  • Infraestrutura deficiente, especialmente em cold chain e logística, limita a distribuição eficiente do leite e derivados.
  • A descentralização das fontes de energia é essencial para garantir refrigeração confiável nos centros de coleta.
  • Financiamentos especializados em equipamentos, capital de giro e soluções logísticas são oferecidos por instituições como Standard Bank e FNB, o que pode incentivar parcerias público-privadas e joint ventures.

Conclusão

O setor de laticínios na África representa uma oportunidade estratégica de longo prazo, com estimativas de valor de mercado chegando a US$ 14 bilhões até 2028. Projetos robustos como os do Egito e financiamentos sustentáveis são sinais claros de que investimento, inovação e crescimento podem caminhar juntos. Para isso, é fundamental que governos, setor privado e instituições financeiras colaborem na construção de uma infraestrutura resiliente e ecológica.

 

*Adaptado para eDairyNews, com informações de Dairy Reporter

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