Novos reservatórios de água promovem economia de 50% da água utilizada na irrigação

Quando os níveis da barragem de irrigação reduzem, a produção leiteira no Perímetro Irrigado Jabiberi, em Tobias Barreto, tem sido garantida pelas reservas alimentares, estrategicamente asseguradas pelos criadores para o rebanho. A palma forrageira tem sido a solução encontrada pelos irrigantes, plantada em lote comunitário cedido pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que administra o perímetro do governo do Estado. Nos seus lotes individuais, os irrigantes replicam a palma cultivada na área coletiva. A Cohidro incentiva também a produção de milho e sorgo, para a produção de silagem – plantios iniciados no período chuvoso, com utilização de irrigação durante o verão, para compensar a escassez hídrica e garantir a forragem necessária à sobrevivência e produtividade do rebanho.

O criador Uilde de Jesus tem um lote no Jabiberi, onde cria 10 vacas e 60 ovelhas. Usando a irrigação para produzir a alimentação, ele pensa em aumentar o seu rebanho. Para tanto, seguiu o projeto feito pelo engenheiro agrônomo Luiz Gonzaga, da Cohidro, indicando a microaspersão invertida para cultivar a palma; e o gotejamento, para o capim. “Eu quero criar em confinamento, não quero mais em pastagem. Então, quero produzir o alimento deles dentro do lote. Vou plantar o capim de corte Capiaçu, palma e sorgo para silagem. A palma é excelente também para o leite. O animal, com esses alimentos, consegue produzir mais. Quero ampliar para 20 vacas de leite, por isso, primeiro preciso produzir minha forragem e garantir a alimentação do meu gado”, relata o produtor.

Segundo o técnico agrícola da Cohidro, José Reis Coelho, nove produtores irrigantes fizeram o plantio da área coletiva cedida pela empresa e que, hoje, fornece sementes para a criação de novas áreas. “Uma forma de preparar o produtor de leite para os períodos de seca mais prolongada – que certamente virão – está sendo o incentivo ao plantio da palma forrageira em todas as áreas disponíveis dentro dos lotes irrigados, incluindo esse Lote Experimental da Cohidro. O apoio técnico inicial aos cultivos e a oferta de sementes da variedade Palma Miúda foram do Projeto Palma para Sergipe, do Sebrae. Diversos produtores estão plantando pequenas áreas de palma em seus lotes ou em áreas próximas, como uma das diversas medidas para o enfrentamento dos períodos de estiagem mais prolongados”, explicou.

Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Fonseca justifica a preocupação com a segurança alimentar dos rebanhos. “A mesma água que abastece o perímetro irrigado tem o uso prioritário no abastecimento humano em Tobias Barreto. E como já tivemos dificuldades em garantir a água para uso da irrigação durante todo o ano, estamos incentivando o plantio para que, nesses momentos de crise hídrica, eles tenham essa reserva alimentar para os seus rebanhos de leite”. Ele informa, ainda, que a empresa trabalha com novos parceiros para promover essa geração de comida para a seca. “Em parceria com a Emdagro (Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe), queremos plantar outra área coletiva e fornecer sementes, tanto para os irrigantes quanto para pequenos pecuaristas da região de sequeiro fazerem seus plantios”.

Contramedidas à seca

Além de incentivar a reserva de alimento para os momentos de crise hídrica, a Cohidro diminuiu o período de distribuição de água para os lotes do Jabiberi para reduzir 50% do consumo. As 9h diárias de fornecimento passaram a ser 5h. A distribuição da água é feita por gravidade, em canais trapezoidais em concreto. Ramais recarregam os reservatórios a partir dos quais os 74 irrigantes bombeiam água para a irrigação. No projeto original do perímetro, esses tanques eram pequenos e precisavam de mais de uma recarga para sustentar o consumo diário do lote, exigindo maior tempo de operação de todo o sistema de distribuição. Isso mudou. Hoje, a Cohidro fornece máquina e operador, para que os produtores cavem reservatórios de 100 mil litros e só seja necessária uma recarga, se adequando às 5h diárias de fornecimento de água.

Nesta segunda parte da entrevista, Damián e Cristina da NZX falaram sobre o Global Dairy Seminar, um evento importante que ocorrerá em alguns dias em Cingapura, e sobre os novos mercados que impulsionarão a demanda por produtos lácteos nos próximos anos.

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