Indústrias de laticínios do estado baixaram o valor pago pelo produto de um preço médio de R$ 2,20 para R$ 1,20 sem que os produtores fossem avisados previamente.

Indústrias de laticínios do estado baixaram o valor pago pelo produto de um preço médio de R$ 2,20 para R$ 1,20 sem que os produtores fossem avisados previamente.

Deputada Jaqueline Cassol discursa em defesa dos produtores de leite - Foto: Assessoria

Deputada Jaqueline Cassol discursa em defesa dos produtores de leite – Foto: Assessoria

A deputada federal Jaqueline Cassol (PP-RO) está acompanhando de perto a crise que se instalou em Rondônia na cadeia do leite. Há pouco mais de 20 dias, boa parte dos produtores do estado paralisaram a distribuição do produto para as indústrias de laticínios. Esses produtores que somam mais de 28 mil em Rondônia, estão lutando para que essas empresas paguem valores justos pelo litro do leite.

De acordo com alguns produtores, as indústrias de laticínios do estado baixaram o valor pago pelo produto de um preço médio de R$ 2,20 para R$ 1,20 sem que os produtores fossem avisados previamente.

“Existe a lei estadual nº 3.571 de 2015 que obriga as empresas de beneficiamento e comércio de laticínios a informarem ao produtor de leite o valor mínimo a ser pago pelo litro do produto, até o penúltimo dia útil do mês, mas em Rondônia isso não acontece. A lei não é cumprida”, disse a deputada.

Rondônia é o maior produtor de leite da Região Norte e o que recebe o menor valor pelo litro. São cerca de 28 mil produtores responsáveis pela entrega de mais de 1,6 milhão de litros de leite por dia. José Batista de Araújo é um desses produtores. Ele atua na região de Nova Mamoré e assim como os demais, tem sofrido pela baixa do valor pago pelo leite.

“Nós estamos sendo tratados como bandidos. A Polícia Militar tem escoltado os caminhões dos laticínios para entrarem nas propriedades rurais e levarem nosso leite por preços baixíssimos. Nós não somos bandidos, somos trabalhadores lutando para que nosso produto seja vendido por preço justo” reivindicou o produtor.

Euclides Sérgio Neto, também faz parte da cadeia do leite e mora em Costa Marques. A situação de conflito por lá é preocupante. Ele afirma que o valor justo a ser pago pelo litro de leite seria R$ 2, mas entende que por causa da pandemia houve uma queda na venda do produto.

“Estamos abertos à negociação. Caso os laticínios paguem R$ 1,70 pelo litro do leite, a gente volta a trabalhar e esse valor vai aumentando aos poucos. Nós não queremos ficar parados, temos nossos compromissos, mas também não podemos aceitar que paguem o valor que eles querem”, desabafou Euclides.

Discurso – Durante o discurso em plenário, na última terça-feira (13), a deputada defendeu os produtores de leite de Rondônia e cobrou do Governo do Estado, um posicionamento sobre a crise enfrentada pelos pecuaristas e ações para resolver a queda brusca do preço do leite.

“Fico revoltada com o tratamento que esses trabalhadores têm recebido por parte do Governo do Estado. São produtores que acordam antes do sol nascer para garantir o sustento de muitas famílias, eles merecem o nosso respeito. O governador precisa se posicionar, intermediar um acordo entre os produtores e os laticínios e definir esse valor a ser pago. O que não pode é deixar que o setor leiteiro seja prejudicado como está sendo”, alertou. “O governador precisa tomar uma atitude para resolver essa crise e eu estou disposta a contribuir com ideias para ajudar o nosso produtor”, afirmou.

Na sexta-feira (16) a deputada participará de uma audiência na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em Brasília (DF) e está tentando marcar uma reunião com representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para buscar alternativas para resolver o problema.

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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